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34º Encontro Estadual do MST debate desafios e perspectivas da luta pela terra na Bahia

Por Islane Salles e Izélia Silva
Do Voz do Movimento

A conjuntura política ocupou a centralidade das discussões do 34º Encontro Estadual do MST na Bahia, que teve início na última quinta-feira (17/2) e finalizou sua programação na tarde deste domingo (20/2), no Parque de Exposições Agropecuárias de Salvador.

De acordo com Evanildo Costa, da direção nacional do MST na Bahia, o encontro cumpriu com o objetivo de avaliar o ano de 2021 e avançar no processo de estudo e formação das trabalhadoras e dos trabalhadores que estão ajudando a construir a defesa do Movimento em toda Bahia.

“A defesa do MST, nos coloca como sujeitos políticos, no qual nos fortalece diálogo com a sociedade e nos possibilita ocupar além da terra”, explica Costa.

Plenária do 34º Encontro Estadual do MST na Bahia. Foto: Luara Dal Chiavon


Os
debates foram realizados através de rodas de conversas, exposições e trabalhos em grupo. E contou com a presença de dirigentes nacionais do Movimento, lideranças políticas do estado e do cenário nacional, além da representação de diversos movimentos e organizações populares.

Por conta da pandemia da Covid-19 e a nova variante Ômicron, algumas medidas de segurança sanitárias foram obrigatórias, para todos os participantes ou visitantes. A apresentação do cartão de vacina com no mínimo duas doses tomadas, o uso de máscaras PFF2 ou N95 e o distanciamento social em todos os momentos do Encontro, foram algumas das medidas. Não houve alojamentos coletivos. Cada participante se acampou em barraca de camping.

Desafios e perspectivas

Muitos foram os desafios do Movimento apresentados durante os quatro dias de Encontro. Uma das tarefas da militância Sem Terra nesse período é de agarrar a força acumulada nas ações de luta e solidariedade, que desenvolveu nos últimos anos junto à sociedade, principalmente nesse período de governo Bolsonaro e cenário de pandemia.

Além disso, aparece a necessidade de transformar as ações de solidariedade em força social, em lutas, para empurrar nosso país em direção ao seu potencial de democracia e construção de uma sociedade mais igualitária.

Continuar buscando laços com parceiros, amigos, organizações e movimentos populares, construindo unidade na luta por um projeto de país popular, também apareceu com força nas discussões. E nesse caminho, a necessidade de ter clareza e coerência entre as ações e as propostas, para agregar sujeitos coletivos e sociais nessa construção.

Foi apresentada ainda a necessidade de potencializar os princípios e a mística Sem Terra para animar a base e militância, percorrendo o mesmo caminho que posicionou o MST como o maior movimento social de massas da América Latina, com legitimidade para fazer a luta pela Reforma Agrária Popular e justiça social, como lembrou Edén Valadares, Presidente do PT-BA, que “em cada momento da história do país o MST estava do lado da classe Trabalhadora”.

Débora Nunes, da direção nacional do MST, ao tratar da tarefa do MST como força política, destacou que é preciso retomar as lutas de massas, “pois nosso povo é formado na luta, ocupando terra e avermelhando as ruas”.

Momento em que as candidaturas do MST foram deliberadas no Encontro. Foto: Leomar


Eleições 2022

Como estamos em um ano de eleição, foi colocada a tarefa de massificar a campanha eleitoral, pois essa é uma eleição contra a fome, o desemprego, os agrotóxicos e a classe trabalhadora vai disputar o projeto.

Entendendo que não vai ser uma eleição tranquila, pois o bolsonarismo usa estratégias para atrapalhar o processo democrático, o MST na Bahia apresentou como desafio a formação e a garantia da participação em todos os debates sobre o tema.

Durante o Encontro, após muitas discussões, o conjunto de participantes deliberou apoio pelas candidaturas de Jaques Wagner para governador da Bahia, Valmir Assunção para deputado federal e Lucinha Barborsa, como deputada estadual.

Nessa linha, foi apresentada também a tarefa de organizar os Comitês Populares nos municípios, para incluir toda a sociedade no debate desse projeto e eleger candidatos para que, de fato, as pautas dos trabalhadores e das trabalhadoras sejam representadas.