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Água um bem comum para todos

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra encerrou na terça-feira (16), a Marcha Estadual pela Reforma Agrária na Bahia.

Por Vitória Bruno
Imagens Thamara Prussa

A Marcha Estadual pela Reforma Agrária na Bahia ocorre neste mês de abril para denunciar a violência no campo, em memória ao massacre de Eldorado dos Carajás. Em respeito à memória dos 21 companheiros e companheiras que morreram na luta pela terra.

Um dos debates mais pautados pelo Movimento Sem Terra é a contaminação por agrotóxicos, a falta de qualidade da água que se acessa em períodos de seca, a disputa pela água para irrigação são alguns exemplos de conflitos sobre os quais o Movimento se debruça.

Para Jeanderson Souza, da direção estadual do MST na Bahia, ressalta a importância da defesa pela água para o Movimento.

“A importância da marcha para debater e pautar a assistência e o acesso à água nos nossos assentamentos e acampamentos é fundamental, pois é uma demanda necessária, visto que temos muitas áreas que sofrem com a seca e não podemos ver o sofrimento dos companheiros e não reagir diante de uma questão tão necessária e sofrida por muitos. Não vemos outra saída a não ser levar essa pauta para o governo estadual e federal, e também pautar a água para produção porque o agronegócio detém os modelos de produção, da irrigação, e controlam que nós enquanto agricultores familiares não tenham este acesso, essas políticas públicas são fundamentais para que assim possamos avançar na produção de alimentos saudáveis “.

O Movimento Sem Terra defende que as disputas em torno do acesso à água como direito básico é um dos maiores motivos da violência nas áreas rurais do país, onde a quantidade de água disponível não é suficiente para o consumo diário e ainda para abastecer as roças e potencializar a produção de alimentos..

De acordo com Naiara Santos, da direção estadual do MST na região norte da Bahia, “A privatização da água praticada por muitos privilegia as grandes empresas e grandes empresários, assegurando a abundância hídrica para o modelo do agronegócio, através dos perímetros irrigados, excluindo a agricultura familiar e o pequeno produtor. Passa a ser desumano, criminoso e inconstitucional diante da forma com que as famílias se encontram. São trabalhadores e trabalhadoras, crianças e idosos que estão sem acesso a água para cuidar dos afazeres diários e plantar. Por isso cabe a nós enquanto organização Sem Terra, levar essa pauta e debater com o governo federal sobre este assunto tão urgente para nós”.

O MST reafirma a importância da agricultura familiar, que precisa ter espaço nos perímetros irrigados com acesso a terra e água, semeando a resistência e a utopia de se produzir e cultivar alimentação saudável e livre de agrotóxicos em terras públicas e que hoje estão destinadas exclusivamente ao agronegócio.