Nascido de uma ocupação de Terra, feita em conjunto com outras três áreas na região no dia 22 de outubro de 1999, o Assentamento Carlos Marighella, da brigada OJefferson, Regional Baixo Sul no município de Ipiaú-BA, completou 22 anos de luta e resistência.
A ocasião foi celebrada pelos companheiros e companheiras do assentamento por meio de uma festa na noite deste sábado (23) e torneio de futebol no domingo (24). A festa teve mística, música, homenagens, e a presença de representantes da Direção Estadual e Nacional do MST.
O Dirigente Nacional – Evanildo Costa, parabenizou o assentamento pelo aniversário histórico e relembrou os companheiros que não estão mais conosco, mas contribuíram de forma decisiva na história de conquista da área. Destacou que mesmo o antigo acampamento já tendo passado por mais de 27 despejos, violências e prisões dos companheiros, mesmo assim, continuaram resistindo e ocupando o lugar, e hoje podem comemorar.
Evanildo, que à época ocupou o cargo de articulador político da Regional, trouxe em sua fala a história do momento da ocupação, feita às 2:00hs da manhã onde foi quebrado o cadeado da antiga fazenda “Dois amigos” tornando-se hoje o Assentamento Carlos Marighella. Destacou o legado do guerrilheiro que deu o nome ao assentamento, companheiro que enfrentou duas ditaduras e ajudou a construir os caminhos para que hoje vivêssemos numa democracia.
Reforçou o chamado para o evento de lançamento do filme Marighella, que vai ocorrer no dia 6 de novembro no Assentamento Jacy Rocha, município de Prado, no Extremo Sul da Bahia, onde as famílias do Assentamento Carlos Marighela irão participar e rever a história e o legado do companheiro que deu nome ao assentamento.
O coordenador do Assentamento Pascoal (Kal), em sua fala trouxe a atualidade da luta principalmente na conjuntura do governo Bolsonaro, que é contra a política de Reforma Agrária e contra os Movimentos sociais, principalmente o Movimento Sem Terra.
A dirigente da associação, Jeilma, falou das conquistas neste ano de 2021 como o acesso ao projeto Itaú 15 e a organização da associação e a Dirigente da Brigada, Cris afirmou que falar do Assentamento Carlos Marighella é falar em duas palavras marcantes: luta e resistência. E com a luta do povo organizado, acredita que em breve irão conquistar a emissão de posse da terra.
O dirigente da brigada Neto Onirê Sankara, na fala aos companheiros que compareceram ao evento disse: “não somos mais acampamento, agora somos assentamento. Aqui cada um conquistou a sua terra quando decidiu fazer resistência. Quem garante a terra para o trabalhador não é o documento, é a plantação, é o calo na mão. Cada pé de mandioca plantado aqui foi adubado com sonhos, com resistência. Então nós estamos provando que é a força do povo, a capacidade de se organizar que traz conquistas, ” conclui.