Na madrugada desta terça feira (28), cerca de 100 famílias Sem Terra ocuparam o latifúndio abandonado localizada no município de Itamaraju no Extremo Sul da Bahia.
A ação questiona a propriedade privada da terra, o aumento da fome nas cidades, o descaso do governo federal em detrimento do povo brasileiro e para recepcionar Bolsonaro que se encontra na região do Extremo Sul da Bahia.
Seguindo todos os protocolos da vigilância Sanitária, as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do setor de saúde do MST, contra o COVID-19, as famílias ocuparam a fazenda Avenida em ato denúncia do trabalho escravo.
Tendo em vista que em 2016 e 2017 o grupo Chaves foi autuado e denunciado por trabalho escravo. O Movimento do Trabalhadores Rural Sem Terra – MST, em rebeldia e resistência prometem intensificar as ocupações de terra para pressionar o presidente a execução da reforma agrária.
A ocupação ocorreu de forma pacifica. No momento só encontraram os caseiros, que estavam dormindo. A fazenda Avenida, como é conhecida, é um complexo de cinco fazendas, tem mais de 800 hectares de terras sem fins sociais, possui várias casas abandonadas, não há energia elétrica, é composta por um grande monocultivo de cacau.
Ex-funcionários e vizinhos da área afirmam que tem mais de 15 anos que a propriedade está abandonada, boa parte do monocultivo está tomada pela vassoura bruxa e só tem dois caseiros empregados.
De acordo com a direção MST na região, cerca de 75 por cento da fazenda é composto por área de reserva, uma mata nativa associada ao plantio de cacau.
O MST batizou o Acampamento de Márcio Matos, em homenagem ao lutador do povo assinado brutalmente na frente do seu filho de 6 anos, no dia 24 de janeiro de 2017, na Chapada Diamantina.
Márcio militou no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, ainda na adolescência assumiu coordenação do movimento, na sua trajetória coordenou nacionalmente o MST na Bahia e foi um aguerrido lutador da reforma agrária e do povo do campo.
Conheça o Grupo Chaves
O grupo Chaves tem um conglomerado de mais de 17 fazendas nas regiões do Sul e Extremo Sul da Bahia, são donos de vários imóveis em Itabuna, shopping center e desde 2016 almejava voltar ao ramo de produção de chocolates.
Entre os anos de 2016 e 2017 o grupo esteve em vários casos de trabalho escravos na região de Itabuna. Um dos casos teve repercussão nacional, quando protagonizou reportagens dentro do programa de tv “Profissão Reporter” .
Nesse mesmo período tiveram suas contas congeladas, e o Ministério Público Trabalhista pediu indenização de mais de 1 milhão de reais para compensação das famílias que foram forçadas ao trabalho escravo.