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Famílias Sem Terra despejadas há beira da estrada estão sob a mira de pistoleiros na Bahia

Após sofrerem despejo nesta terça (24), famílias do Acampamento Cláudia Sena estão sendo encurraladas por pistoleiros em Guaratinga, no extremo sul baiano

Nesta terça-feira (24), 178 famílias Sem Terra do Acampamento Cláudia Sena sofreram despejo da antiga fazenda Mata Verde, no município de Guaratinga, região do extremo sul da Bahia.

Após a desapropriação da antiga fazenda improdutiva e sem ter para onde ir, as famílias acamparam num terreno vizinho, a 3km, na beira da estrada do Córrego do Ouro, local cedido pelo proprietário para alojamento das centenas de pessoas. Desde então, as famílias estão sofrendo ameaças de pistoleiros que rondam a área. Os pistoleiros estão fazendo ronda com armas dentro de um carro, cercando o local que as famílias estão abrigadas e ameaçam atear fogo onde as famílias se alojaram.

De acordo com Shirlei, uma das pessoas que sofreu com a reintegração de posse, “nós fomos despejados e agora estamos abrigados num local na beira da estrada, porém estamos muito assustados na mira dos pistoleiros. Tem muitas crianças, idosos, pessoas com deficiência e clamamos por socorro.” Afirma

O Acampamento Cláudia Sena foi formado a partir da organização das famílias da região que não têm como pagar aluguel e adquirir alimentos, e que sobretudo estão em condições sujeitas à fome nas periferias das cidades. Além disso, a ocupação tem como objetivo reivindicar e apontar a necessidade de criação de novos assentamentos da Reforma Agrária na região, para suprir as necessidades das famílias ocupantes.

Outra mãe de família que vem sofrendo com o despejo, Andreia diz que “A situação está bem difícil, eu mesma sou mãe e estou aqui com minhas filhas pequenas, uma de 1 ano e outras de 5 anos, que estão no sereno, no frio, correndo risco de saúde e de vida. E os pistoleiros ficam passando todo momento nos ameaçando e constrangendo. Nós que somos mãe sabemos o sofrimento que estamos vivendo com todas as crianças e idosos que estão aqui”. finaliza

A ocupação possibilitou o semear da produção de alimentos e lugar para morar como solução emergente para os e as Sem Terra, que agora estão sem acesso a moradia, comida e ainda sob a mira de pistoleiros, em uma região fortemente marcada pela violência e impunidade no campo.

Segundo Eliane Oliveira, da direção estadual do MST na Bahia, “hoje faz três dias do despejo e as famílias estão aterrorizadas com as ameaças que estão sofrendo pelos pistoleiros, que passam em frente ao local que estão alojadas para coagir as pessoas. Queremos que as famílias possam ter paz e não ficarem atormentadas como está acontecendo, com muita insegurança com as rondas feitas pelos pistoleiros, que tem atuado de forma muito similar a outros ataques realizados por grupos bolsonaristas na região”. Conclui