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Grupo fortemente armado ameaça de morte famílias do MST no Acampamento Fábio Henrique, no extremo sul da Bahia

Na manhã de hoje (30.11.2021), na tentativa de retomada de áreas do Acampamento Fábio Henrique, invadidas no último dia 30.10.2021 por um grupo de cerca de 20 homens encapuzados e fortemente armados, famílias sem-terra avançaram contra os invasores, que em razão do grande número de pessoas se refugiaram na mata.

O grupo permanece armado e promete retornar com um poder de fogo ainda maior para expulsar as famílias do acampamento. Na casa onde o grupo se abrigava foram encontrados vários recipientes de coquetel molotov, objetos usados no atentado do último dia 30 para incendiar dois ônibus e outros veículos.

O Acampamento Fábio Henrique foi ocupado por cerca de 173 famílias no ano de 2008, o imóvel rural denominado “Fazenda Pombo Roxo e Campina” é de propriedade da antiga Fíbria Papel Celulose atual Suzano. No entanto, em razão dos acordos firmados pelo MST, Governo do Estado da Bahia, INCRA e a empresa, para solução dos conflitos agrários no extremo sul baiano, ficou definido que o poder público desapropriaria a área para destiná-la a reforma agrária.

Desde então as famílias estão no acampamento aguardando a desapropriação da área, no entanto, o cenário de paralisação da reforma agrária tem sido desanimador para as famílias, sendo fato que, no atual governo nenhuma área foi desapropriada para fins de reforma agrária. Além disso, o discurso de ódio destinado ao MST e à reforma agrária pelo presidente Bolsonaro, tem incentivado a organização de milícias rurais armadas com objetivo de provocar pânico e terror nos assentamentos e acampamentos da região.

Mesmo diante disso, as famílias permanecem organizadas no acampamento para garantir o acesso à terra e a realização da reforma agrária. Além disso, esperam que o Estado adote todas as medidas necessárias para garantir a vida, a integridade física e a liberdade de ir e vir das famílias acampadas.