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Jornada Nacional em Defesa da Reforma Agrária: “Eldorado do Carajás, 25 anos de impunidade”

Do Coletivo de Comunicação da Regional Ext. Sul

Entre os dias 10 e 21 de abril estamos realizando a Jornada Nacional em Defesa da Reforma Agrária, nossa jornada de Abril, que este ano será marcada pelos 25 anos do Massacre de Eldorado de Carajás.

Com dor no peito pelas perdas que estamos tendo com a pandemia do vírus e da fome, mas, ao mesmo tempo, imbuídos pelo desafio da transformação social em tempos tão difíceis, reafirmamos a nossa tarefa histórica de manter viva a chama da luta pela terra, da Reforma Agrária Popular e da memória dos nossos Mártires.

No contexto atual, o dia 17 de abril, Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, se torna ainda mais desafiador em tempos de estagnação da conquista da terra e de diversas políticas públicas fundamentais para construção da vida digna no campo.

Nesse ano em especial, frente ao caos sanitário, político e econômico que nosso país vive, buscamos realizar a Jornada Nacional em Defesa da Reforma Agrária através de ações simbólicas como cursos de formação, doações de alimentos para população carente, mobilizações virtuais exigindo vacinação para todos, auxilio emergencial de R$ 600,00, e denuncias do genocídio praticado pelo desgoverno Bolsonaro.

Buscando integrar à Jornada Nacional, as trabalhadoras e trabalhadores da Regional Extremo Sul estão realizando diversas atividades em Defesa da Reforma Agrária, dentre elas a realização de cursos de formação nas áreas de assentamentos e acampamentos, buscando a formação e a orientação referente aos cuidados frente a pandemia, plantio de árvores e doações de alimentos para população carente da cidade.

De acordo a Lucineia Durães, da Direção Nacional do MST, o mês de abril é o período que as trabalhadoras e trabalhadores Sem Terra saúdam aqueles e aquelas que foram assassinados por lutar e acreditar no sonho de uma sociedade mais justa e igualitária.

“Todos os anos fazemos atividades durante o mês de abril, o qual é intitulado “Abril vermelho” e esse ano atípico a programação contempla a realização de vários cursos nos acampamentos e assentamentos”.

Denuncia das ações fascistas e a tentativa de criminalização da luta pela Reforma Agrária ocorrida no dia de hoje no acampamento Fábio Henrique

Na manhã desta terça-feira (13), as famílias do acampamento Fábio Henrique – município de Prado/BA, buscando dá início à Jornada Nacional em Defesa da Reforma Agrária, respeitando todos os protocolos de segurança e higiene, iniciaram o curso interno de formação no acampamento Fábio Henrique.

O curso tem como objetivo debater a realidade atual da Reforma Agrária no País e a ausência das políticas públicas para os/as trabalhadores(as) do campo. Também, o curso busca refletir sobre os cuidados fundamentais de higiene e isolamento que os acampados devem adotar frente a pandemia do COVID.

Entretanto, no início das atividades dois indivíduos, desrespeitando as normas de higiene e segurança contra a pandemia, provocaram tumulto e de forma violenta destruíram os materiais do curso, impedindo o início das atividades, agindo assim contra a coletividade do acampamento.

Para as famílias acampadas, a ação dos indivíduos teve conotação fascista e significou uma agressão à memória dos lutadores(as).

Não bastando a isso, os agressores se retiraram do local e com o objetivo de criminalizar às famílias acampadas, utilizaram uma prática muito comum do governo fascista, onde foram até seus barracos e de forma intencional e desonesta depredaram seus pertences, para então se direcionarem às rádios locais tendenciosas e que tradicionalmente são contra a Reforma Agrária, buscando assim manipular a opinião pública.

O Movimento do Trabalhadores Sem Terra repudia referida agressão, ao tempo que denuncia todas as ações desumanas que visam a criminalização da luta pela Reforma Agrária. Ao tempo, informa a toda sociedade que acionará as autoridades competentes e registrará processos contra os indivíduos que tentaram prejudicar às famílias acampadas.

A Jornada Nacional em Defesa da Reforma Agrária continuará e o curso das famílias do acampamento Fábio Henrique continuará. Não nos intimidaremos com ações fascistas!