Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Para Voz do Movimento
Se a esperança ainda insiste, se a rebeldia aqui resiste, a intransigência que dite, quando abril chegar. Com essas frase de resistência que lutamos a 24 anos por justiça pelo massacre de Eldorado dos Carajás, que ocorreu no dia 17 de abril de 1996 em rodovia que liga a cidade de Belém – Pará, soldados da polícia militar, armados com fuzis e metralhadoras, abriram fogo contra trabalhadores rurais que na ocasião bloqueavam a estrada em protesto pelo fechamento de negociação para assentamento de terras. Cercados por um batalhão e sem saída, o resultado foi a morte de 21 pessoas, 51 feridos. Ao menos 155 policiais foram indiciados e levados a júri popular, mas ninguém está preso.
Na ocasião o caso teve uma ampla divulgação por todos canais de comunicação nacional e internacional, provocado uma indignação e perplexidade na sociedade. O massacre de Carajás só foi considerado grave e conseguir ir a julgamento pelo fato de ter sido filmado e, portanto, documentado. Assim, pode-se provar que houve a participação de policiais militares fardados com comandante e tudo.
Os trabalhadores rurais que perdura há século o clima de violência e insegurança nas áreas rurais brasileiras, carregam consigo o lado cruel da nossa. Onde quem e considerado para defende a ordem sempre apoio os jagunços e pistoleiros que constituíam milícia privada das grandes propriedades de terra.
A mobilização que ocorreu internacional e nacional, dando pressão ao poder judiciário, conseguiu que se chegasse ao julgamento dos responsáveis pelo o massacre de Eldorado.
Esse episódio nos animou a continua lutado, por a nossa luta se faz todos os dias contra a criminalização dos movimentos sociais e os assassinatos que ridiculamente presenciamos ate os dias atuais. A luta pela construção de uma reforma agraria continua sendo fortemente armada ate que seja resolvida de modo diferente no Brasil
Neste ano marcharemos diferente nosso 17 de abril, data histórica para liga camponesa, por erguemos a nossa bandeira e levantamos nossos punhos em memória dos mártires Eldorados de Carajás. Estamos vivendo tempo pandemia COVID 19, a não abaixaremos o tom, a memória de nossos mártires esta viva em nossa luta e em nossas ações de solidariedade.
Vale destacar uma referência de João Pedro Stedille, colocando a Reforma Agrária como uma luta contra o capital. “Não é só dividir terras. É reforma agrária para produzir alimentos saudáveis. E devemos combinar isso com educação, pois não é a terra que liberta, mas sim o conhecimento. A reforma agrária é uma luta de todos.”
Neste tempo pandemia, completamos a frase de Stedille dizendo que queremos vida e não economia. Fora Bolsonaro.