Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Para Voz do Movimento
No dia 12 de dezembro 2020, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, realiza o lançamento da marca de roupas criadas nas áreas de assentamento e acampamento, no Baixo Sul da Bahia
Inspirado na realidade das lutas diária de Assentados e acampados,o MST lança a marca de roupas e acessórios em moda praia e casual, peças de roupas estilo afro mostrando os detalhes da luta e da resistência dos povos camponeses.
As principais peças de biquíni e bolsas são produzidas no assentamento Mariana município de Camamu, no Baixo Sul da Bahia.
Diversos brincos tendo como matéria prima escama de peixe personalizado e criado pela juventude do movimento CETA- (Movimento Estadual de Trabalhadores assentados, acampados e Quilombola) também no Baixo Sul, município de Ibirapitanga, dialogando assim com as especificidades do território e rompendo com a padronização pós-colonial.
Entendendo que tanto os assentados e acampados já produzem de forma artesanais várias roupas e diversos tipos de artesanatos, precisam de alguma forma escoar a produção, foi pensada e planejada a criação de uma marca que fosse e trouxesse a cara do povo do campo e refletisse a sua luta, nesse processo nasce a “DA LUTA”.
Adelvan Bantu, educador, comunicador popular e militante do MST, “ a marca “Da Luta” não só surgiu a partir da necessidade da busca pela autonomia das trabalhadoras e trabalhadores no que se refere a liberdade de se vestir e exercer a suas práticas artísticas, elevar sua autoestima e retomar na vivência cotidiana os saberes e fazeres nas mais diversas dimensões do que se entende como produções artesanais, quebrando assim padrões estéticos que a muito tempo vem sendo induzido pela supremacia branca que se utilizam das influências principalmente midiáticas para sustentar o capital em função da apropriação e comercialização, das produções dos povos e dos seus elementos simbólicos, tanto pelas vias institucionais, subsidiado pelo Estado, quanto pela subjetividade criminalizando as práticas socioculturais dos povos que vivem nesses territórios”. Conclui Bantu
Sheila Assunção, dona de um marca e militante afirma que “marca “DaLuta” para além de trazer uma discussão na dimensão estética é sobre tudo uma ferramenta da valorização da pluralidade e multifuncionalidade do nosso povo, que produz, cria, inventa e reinventa. Creio que esta iniciativa irá melhorar nosso protagonismo, além de aumentar nossa renda e consequentemente nossa autoestima”. Finaliza Assunção.
A Marca
Para José Neto, da Direção Estadual do MST, a marca surge com a tentativa de responder um questionamento: Como construir autonomia?
“Com base nesse questionamento nós temos percebidos que é fundamental pesarmos em toda a vivencia humana o que vestir, o que comer, que remédio usar para saúde. Durante vários debates tivemos uma iniciativa que a longo prazo pode ser a resposta, a partir desse processo surgiu o nascimento da marca “Da Luta” que tem como objetivo vestir o povo que compõe o MST e todos os povos que desejam trazer a dialogicidade da arte como elemento de enfrentamento e assim como população e a militância.”
“É uma marca que tem os símbolos de resistência do povo preto, o símbolo de resistência do povo Sem Terra que em sua maioria também é o povo preto.”
“Para além disso ela surge como resposta para ofertar oportunidades de geração de empregos e renda para os jovens homens e mulheres que moram nos assentamentos e acampamentos então ela vai demandar toda uma equipe de jovens que irão pensar desde a criação da arte ate a venda, então ela é um instrumento mobilizador em uma ponta ela gera recursos e na outra geração de rendas e empregos em suas varias vertentes.” Conclui Neto.