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MST no Extremo Sul da Bahia realiza 34º Encontro Regional

Realizado no município de Prado, o encontro reforçou o papel fundamental do MST na solidariedade junto à classe trabalhadora do campo e cidade.
Texto por: Izelia da Silva

Nos dias 11 e 12 de janeiro, cerca de 300 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra participaram do 34º Encontro Regional do MST no Extremo Sul da Bahia. Aconteceu na Escola Municipal Jaci do Có, município de Prado, no extremo sul baiano. O encontro seguiu todos os protocolos da vigilância sanitária, com uso de máscara e álcool gel.

Neste tempo de pandemia e agravamento da crise política, econômica, sanitária e social o encontro reforçou o papel fundamental do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na solidariedade junto à classe trabalhadora do campo e cidade. Principalmente na regional que recentemente vivenciou uma catástrofe ambiental com as enchentes na região.

No primeiro dia com a participação de Tássio, secretario de financia do PT na Bahia e Vera Lucia, secretaria nacional dos movimentos sociais do PT, realizaram o estudo da conjuntura política nacional e internacional. Em seguida, Evanildo Costa, da coordenação nacional do MST, Domingas Farias da direção estadual do MST e advogado da reforma agraria Américo Barbosa, apresentou o balanço das ofensivas sofridas pelo MST na região nos últimos períodos.

Domingas Farias, explica que o Movimento não é contra a titulação de terra, mas defende para os assentamentos da Reforma Agrária Popular a Concessão de Direito Real de Uso (CDRU), que garante às famílias assentadas a posse da terra e dessa forma, evita que se perca o direito de permanência na terra e as políticas conquistadas.

No período da noite, ocorreu a Jornada Socialista, onde os trabalhadores e trabalhadoras ergueram as bandeiras com o tema do encontro “Ninguém pode nos tirar o direito de sonhar”, homenageado a militante Claudia Sena e sua filha Analice, que faleceram em outubro do ano passado, vítima de um acidente automobilístico.

No segundo dia de encontro Lucineia Durães da coordenação nacional do MST, falou sobre os desafios da luta no campo e pela reforma agrária popular e reforçou o compromisso do MST em seguir lutando incansavelmente pela Reforma Agrária Popular.

A reforma agrária nunca foi tão necessária, e é de nós que tem que sair esta voz com muita energia. Nós temos de dizer que vamos continuar lutando pela reforma agrária porque tem um povo que precisa dela e, mais do que isso, tem muita terra que precisamos disputar para esta reforma”, disse Durães.

As principais linhas políticas do MST atualmente giram em torno da Jornada Nacional de Formação e Trabalho de Base, o Plano Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis, as Ações de Solidariedade nas cidades e Jornada Nacional de Luta das Mulheres.

Todos os dias foram organizadas místicas, debates em plenária e atividades culturais, para planejar a atuação das trabalhadoras e trabalhadores Sem Terra nesse momento de crise econômica, política, social e ambiental no país.

O encontro reforçou que precisamos olhar para dentro e é essencial para fortalecer a estrutura política nos assentamentos e acampamentos.

O debate dos desafios do MST, está vinculado a nossa organicidade, associada a construção coletiva dos nossos princípios e valores, são a base material e projeta o nosso Movimento para o próximo período de luta”. Conclui Lucineia Durães.

Revisão por Cadu Souza