Ato em defesa da Reforma Agrária e Contra a Violência no Campo faz parte da Jornada Nacional de Lutas do Movimento Sem Terra
Por Cadu Souza
Imagens Thamara Prussa e Greiciane Souza
Após oito dias de caminhada com a Marcha Estadual pela Reforma Agrária, que acampados e assentados, com organização e disposição realizaram o Ato em Defesa da Reforma Agrária e Contra a Violência no Campo, na Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA. O ato celebra o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, que ficou marcado pelo massacre de Eldorado dos Carajás.
Sobretudo, a atividade ato enfatiza a importância da Reforma Agrária como alternativa urgente e necessária para a produção de alimentos saudáveis para a população no campo e da cidade, e para o desenvolvimento de trabalho cooperado e digno para camponeses, além de denunciar as diversas violências que afetam o campo.
A ação faz parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, e este ano, a Jornada traz o lema “Ocupar, para o Brasil alimentar”.
Em sua fala durante o ato, Eliane Oliveira, da direção nacional do MST, enfatiza a impunidade que afeta as famílias camponesas com os ataques que se ampliam, principalmente com a organização do movimento denominado ‘invasão zero’.
“A única forma de pautar a reforma agrária nesse país é através da ocupação de terra, através das marchas, que é um instrumento de luta da classe trabalhadora. E nessa casa que aqui falamos hoje, temos deputados que defendem a Reforma Agrária, mas também tem deputados que defendem o movimento no nosso estado, chamado invasão zero. Esse grupo assassinou Nega Pataxó. Estamos aqui hoje para denunciar a impunidade no campo, denunciar os assassinatos no campo, isso não pode ficar impune”. Afirma Oliveira.
“O assassinato de Nega Pataxó e Mãe Bernadete precisam ser lembrados todos os dias por cada um de nós. Não andamos só, falamos e recordamos Eldorado de Carajás nesse dia, porque ainda que nos matem, essa semente continuará viva, e por isso completamos 40 anos de existência, somos o único movimento de luta pela terra que resiste a 40 anos”. Conclui Eliane Oliveira.
O Ato em Defesa da Reforma Agrária e Denuncia a Violência no Campo foi organizado pela Deputada Estadual Fátima Nunes (PT-BA) e contou com a participação da militância do MST, secretários/as de estado e representações de movimentos sociais do campo e da cidade.
Participaram da mesa Fabya Reis, Secretária de Assistência e Desenvolvimento Social da Bahia; Felipe Freitas, Secretário de Justiça e Direitos Humanos; Carlos Borges, Superintendente do INCRA; Rowenna Brito, Secretária de Educação da Bahia; Jeandro Ribeiro, Diretor da Companhia de Desenvolvimento de Ação Regional; Rosemberg Pinto, deputado estadual; Tássio Brito, Tesoureiro do PT Bahia; companheiro Carlinhos Marighella.