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Na Semana do Bioma Mata Atlântica, Regional Extremo Sul da Bahia realiza atividades entorno do Plano Nacional de Plantio de Árvores

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Para Voz do Movimento

Atualmente toda fauna, flora, biomas, matas e rios e toda a complexidade que envolvem o meio ambiente estão sendo dizimados, dia após dia, graças à política agressiva e a necropolítica ambiental protagonizada pelo governo federal.

O resultado é meio obvio: desmatamento, queimadas, extrativismo desenfreado, flexibilização das leis ambientais, efeitos climáticos, desertificação, perda dos recursos naturais e todo conglomerado de atrocidades que se pode imaginar.

Percebendo toda a movimentação do governo federal para acabar com o meio ambiente, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, em 2020 lançou o Plano Nacional de Plantio de árvores e Alimentação Saudável, que vem contrapor as ações do governo vigente, ao mesmo tempo que vem promover o plantio de 100 milhões de mudas em 10 anos, e a produção e cultivo de alimentos livres de veneno.

Na Bahia, vão ser plantadas 10 milhões de Árvores, e a Regional Extremo Sul, já está a todo vapor na realização dessa tarefa sublime e revolucionária. Já foram realizados mutirões de plantio, criado viveiros, plenárias, momentos formativos e diversas reuniões para implementação e concretização do Plano Nacional.

Neste mês de maio, a Regional Extremo Sul está engajada na Semana do Bioma Mata Atlântica, que acontece nos dias 24 a 28 de maio. Muitas ações de plantio aconteceram essa semana, Sem Terrinhas, jovens e idosos estiveram plantando mudas e propagandeando a decisão politica do MST em cuidar das matas e biodiversidade do país.

João Luiz Carnicel, agrônomo, especialista em agroecologia e militante, diz “quando começamos a discutir a agroecologia, em 2014 com o sexto congresso do MST, começamos a conceber a agroecologia como modelo de produção e seus componentes, a partir desses princípios entendemos a árvore como elemento fundamental e de recuperação da biodiversidade, para concepção da agroecologia a árvore é estratégica. Diante disso o Movimento assumiu a campanha de plantio como bandeira de lutar e plantar. ”

“Quando fazemos um acampamento herdamos nascentes degradas, solos compactados, meio ambiente ferido por agrotóxico, e desmatado, e nossa tarefa é resgatar e estruturar todo ambiente deteriorado, e temos conseguido. Ano passado plantamos mais de 200 mil árvores e esse ano a meta é extrapolar esse número”, Conclui Carnicel.

Todo território da Regional Extremo Sul estão comprometidos em plantar árvores, cuidar do meio ambiente e restaurar mesmo que minimamente a força da nossa biodiversidade, as ações entorno do Plano está externando e dando visibilidade as ações que já eram feitas por cada acampado e assentado da reforma agrária popular.

Para Cristina Lima dos Santos, assentada no assentamento Gildásio Salles em Porto Seguro, “Estamos vivenciando um momento muito complicado na história do nosso país com COVID-19, mas não podemos perder de vista que cuidar da nossa reserva é de suma importância para garantir a vida na terra e principalmente vencer o vírus que nos afeta. Hoje toda reserva da mata atlântica restantes em nosso país só resta 12% por esse motivo precisamos preservar e cuidar, assim garantir água e diversidade de plantas e animais”. Explica Santos

Meio Ambiente: Palco de destruição

Atualmente resta apenas 12% da grandeza que um dia foi a Mata Atlântica. No último semestre de 2020, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgou dados que mostravam que a taxa de desmatamento na Amazônia tinha aumentado em 34%. Isso mostra o empenho do governo federal em promover a desgraça no meio ambiente.

No dia 22 de maio de 2021, houve a reunião da cúpula do clima, e o Presidente do país defendeu o desenvolvimento da Amazônia, além de pedir apoio financeiro internacional para ações do meio ambiente, ao passo que o congresso acabara de flexibilizar as leis ambientais do Brasil.

“A questão agrária e ambiental tem gerado muito debate nesses últimos anos, que o governo para atender a pauta da bancada ruralista tem realizado cortes de recursos, mudanças na legislação, e a consequência é sucateamento dos órgãos responsáveis em realizar fiscalização, e toda essa avalanche tem aumentado o conflito no campo, do garimpo ilegal em áreas ilegais e terras demarcadas, a flexibilização das leis ambientais revela a face obscura do governo e desvela seus verdadeiros interesses. Apesar de toda essa carga exponente conta o meio ambiente, temos lutado para manter o meio ambiente vivo, e temos nos esforçado para manter uma produção de alimentos saudáveis e sem veneno e que não agrida a natureza, pelo contrário que trabalhe em cooperação”, afirma Carnicel.

A Regional Extremo Sul tem ampliado o debate sobre o Plano Nacional e extrapolado nas articulações, tentando envolver toda a sociedade civil para se somarem nas ações do Plano, indígenas, quilombolas, ONGs, associações, universidades, ribeirinhos, povos tradicionais e todo o corpo da sociedade para realizar luta popular entorno do Plano.

“É preocupante quando vemos o ministro do meio ambiente dizer: “…precisamos aproveitar a pandemia para passar a boiada…”, isso revela o obscurantismo por trás de cada ação do governo, e para contrapor, existe a necessidade real de convocar a sociedade civil e todas as suas representatividades para lutar contra essa necropolítica ambiental e o aumento da riqueza do agronegócio, quem é que está sendo beneficiado”, conclui Carnicel

O Plano abarca a produção de alimentação saudável, livre de veneno e que não agrida a natureza e que viva de maneira cooperada.

A produção de alimentos saudáveis está a todo vapor, os acampados e assentados compreendem que existe a necessidade de plantar alimentos e que necessitam ser livres de veneno.

A Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egidío Brunetto, que está localizada também na Regional Extremo Sul, tem sido pioneira na região na Campanha “Extremo Sul pela vida: agrotóxico zero! ”, que tem por objetivo erradicar o uso de insumos químicos nas lavouras.

Saindo do debate teórico e indo para a prática, a Escola Popular realiza curso técnico em agroecologia, possui um corpo de técnicos, agrônomos e engenheiros especializados em agroecologia para darem todo suporte necessário para os trabalhadores trabalhadoras da reforma agrária.

A Regional possui acampamentos e assentamentos agroecológicos, onde toda a produção dos acampados e assentados são livres de veneno.

O MST tem sido um ferrenho lutador em defesa do meio ambiente, suas bandeiras de luta e suas pautas traduzem o sentimento e o cuidado que a organização carrega pela natureza.