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200 toneladas de alimentos são doadas ao povo baiano pelo MST

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Para Voz do Movimento

Seguiremos a nossa luta em defesa da Reforma Agrária Popular, da agricultura camponesa, da produção agroecológica e da democratização do acesso a alimentos saudáveis para a população brasileira.

Diante do atual cenário da pandemia do COVID-19, torna um momento de resistência e demonstração de solidariedade do campo para cidade, enfatizando a importância da agricultura camponesa na luta contra a fome. O MST da Bahia realiza nesta sexta-feira (17), a doação de 200 toneladas de alimentos em todo estado, para as instituições sociais, famílias em vulnerabilidade econômica e hospitais.  

Mais de 40 tipos de alimentos estão sendo doados hoje nas 10 regiões onde o MST se organiza na Bahia, entre frutas, raízes, grãos, verduras, legumes, leite, queijo e até polpa de frutas cada família acampada e assentada leva a mesa de quem precisa um pouco da produção dos companheiros que resistem no campo lutando por uma reforma agraria popular no nosso pais.

De acordo com Joelson Souza, do assentamento Luanda, no município de Itajuípe, que em trabalho coletivo fez farinha para a doação, a organização na comunidade para o dia de hoje foi intensa e de muito trabalho, e ao mesmo tempo gratificante. Ele que participou de todas as fases da organização afirma que é em ações como essas que nos reafirmamos na luta “Quando fomos distribuir as doações, só naquele momento senti o que o nosso povo esta passando, por isso precisamos permanecer na luta por uma sociedade mais justa” afirma.

Os alimentos estão sendo doados em mais de 20 municípios durante todo o dia de hoje, e estão sendo distribuídos casa por casa nos bairros mais carentes e também para instituições como orfanatos e hospitais.

 Para Vó Tina, do Orfanato Casa Criança, município de Prado, essa doação chegou no momento certo, hoje a Casa Criança presta cuidados a  45 crianças de 0 a 17 anos, e neste momento de isolamento social está com dificuldades de se manter.

“Para nós que vivemos de doação esse período está sendo muito complicado, por isso a minha gratidão aos Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, por esse ato de solidariedade em nossa mesa” conclui Tina.

Além da doação de alimento, também aconteceu no município de Teixeira de Freitas uma doação de sangue, organizada pela juventude que atuou o em todo o processo da construção da campanha de arrecadação de alimento no Extremo Sul baiano.

“Envolver a nossa juventude em atividade como essa de solidariedade, desperta nele o espirito revolucionário na transformação de uma sociedade mais justa e igualitária” afirma Adelaide Purificação, do Setor de Juventude do MST no Extremo Sul, que relata que a ideia da campanha de doação de sangue, surgiu ao perceberem a necessidade que os bancos de sangue estão tendo durante a pandemia.

Ação

A data da ação foi escolhida por marca 24 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996, quando 19 trabalhadores Sem Terra foram assassinados pela Polícia Militar do Pará.

Esse ano a nosso abril vermelho, reforça ainda mais a nossa luta na construção da Reforma Agraria Popular, não podemos estar nas ruas mobilizando por dias melhores para o povo brasileiro, mas continuamos na luta neste dia 17 estamos levando um novo horizonte para famílias que com está situação não estão tendo muitas perspectivas.

Estamos organizados no combate ao COVID-19, e enquanto o presidente Bolsonaro diz que é apenas uma gripezinha, nós ajudamos a população a se manter atentos a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde), mantendo-se em isolamento social e nas nossas comunidades avançamos na produção de alimento saudável.

Para Ivoneide Assunção da direção estadual do MST, “nesse momento de crise, que estamos vivendo no Brasil, é mais do que importante prestar solidariedade à nossa população de modo geral e as entidades que também prestam um serviço muito importante para a nossa sociedade. Hoje completa 24 anos que foram covardemente massacrados e assassinara 19 companheiros e companheiras que lutavam para construir uma sociedade mais justa e igualitária, e esses crimes continuam impunes. Todo ano temos o compromisso de marchar pedindo justiça tanto pra esses crimes como para muitos outros que aconteceram e continua acontecendo, escolhemos esse dia para mostrar para o país inteiro a doação dos nossos produtos produzidos em nossos assentamentos e ao mesmo tempo dizer que a reforma agrária tem dado certo na vida de milhões de brasileiros e brasileiras, e ao mesmo tempo denunciar esse desgoverno que vem criminalizando os movimentos sociais”. Finaliza Assunção