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Famílias Sem Terra na Bahia ocuparam 4 latifúndios nesta madrugada

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Na madrugada desta segunda-feira (27), cerca de 1.700 famílias Sem Terra na Bahia ocuparam 4 latifúndios, sendo 1 latifúndio de nome Fazenda Limoeiro, abandonado há 15 anos, localizado no município de Jacobina, e 3 latifúndios de monocultivo de eucalipto, empresa Suzano Papel e Celulose, localizados nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas.

Com as ocupações, as famílias Sem Terra reivindicam a desapropriação imediata dos latifúndios para fins de reforma agrária, tendo em vista que estas propriedades atualmente não estão cumprindo sua função social.

Ao tempo, denunciam a grande concentração de terras por fazendeiros e empresas do agronegócio na Bahia e que essa prática contribui diretamente no aumento indiscriminado dos índices de desigualdades sociais, causa impactos ambientais irreverscível, provocando um descontrole ambiental com chuvas torrenciais, enchentes, deslizamentos de terra, secas prolongadas e incêndios devastadores.

Para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST o modelo de produção baseado na concentração de terra e no monocultivo é insustentável e não gera desenvolvimento. Sua prática causa danos sociais, culturais e ambientais são incalculáveis.

Para Eliane Oliveira, da direção estadual o MST na Bahia, o território baiano sofre com a destruição sistemática dos recursos naturais, com o envenenamento dos solos e o assoreamento de nossos rios.

“Como contabilizar o custo social das milhares de famílias que foram expulsas de suas terras e hoje vivem na vulnerabilidade social das periferias das cidades, nas encostas e nas margens das estradas? Como justificar o fato de termos as maiores taxas de concentração fundiária do país, e com eles graves índices de desigualdade social?”, questionou Eliane.

O MST acionou o sinal de alerta, apesar de expressar grande expectativa no Governo

Preocupados frente a urgência do combate à fome, o desemprego e a destruição do meio ambiente causados pelo desastroso modelo do capital, o MST acionou o alerta amarelo diante da demora do Governo Federal em nomear a presidência do INCRA, órgão tão importante para a implantação do programa nacional de reforma agrária.

Evanildo Costa, da direção nacional do MST/BA, espera que essa situação se resolva o mais breve possível, e que o trabalho conjunto do Governo Federal e Estadual possa de fato implementar as políticas públicas para o campo e fortalecer o diálogo com os(as) trabalhadores(as).

Nos últimos anos, as famílias agricultoras foram muito afetadas com a paralisação da reforma agrária, a destruição de políticas públicas e a instrumentalização do INCRA. Nossa expectativa agora é que o INCRA seja recuperado e que execute sua verdadeira missão. Esperamos também que o Governo:
– Retome os processos de desapropriação das áreas negociada e acordadas desde 2007 para fins de reforma agrária nos perímetro irrigados e nas áreas das empresas da celulose;
– Retome as políticas nacionais de infraestrutura nos assentamentos, possibilitando o acesso à água potável e de irrigação, estradas, energia elétrica e habitação;
– Inicie a construção de escolas no campo e fortaleça o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA.

O MST reafirma que a Luta é pela construção de um país mais justo e soberano. Por que acredita que através da reforma agrária será possível melhorar a qualidade de vida das pessoas, produzir alimentos saudáveis, proteger a natureza e combater os flagelos sociais, em especial, combater a fome e a miséria.