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MST da Bahia repudia ação de despejo

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Para Voz do Movimento

Em tempo de pandemia COVID 19, trabalhadores Sem Terra, sofrem com despejos no campo constantemente em todo país no último dia 14 de julho de 2020 cerca de 200 famílias do Projeto Mangabeira, um pré-assentamento em Porto Seguro, cidade no sul da Bahia, receberam uma ordem de despejo em meio à pandemia. A ordem foi anunciada no dia 14 de julho, pelo juiz Fernando Paropat, da 2ª Vara Civil da cidade.

O Movimento dos trabalhadores Rurais Sem Terra -MST, solidariza às famílias despejadas, e é contra pois considera que a terra dever cumprir a sua função social, seja no campo ou nas cidade, como determina a constituição Federal de 1988,  de acordo com a direção estadual do MST “Somos a favor da Campanha Despejo Zero porque consideramos o despejo uma injustiça. Mas, no Governo Bolsonaro, o despejo é um projeto a serviço do capital, do agronegócio, da mineração e da especulação imobiliária”.

As famílias que moram na localidade há mais de 17 anos, vinham produzido feijão, mandioca, milho, hortaliça, criação de animais entre outras coisas, além de está fornecendo para PNAE e PAA.

As famílias já criaram raízes, já criaram seus filhos a partir desta terra, a ordem despejo fere o direito básico de cada cidadão, a lei brasileira diz que todo cidadão tem direito a moradia, e é justamente esse direito que o juiz está tirando das famílias.

Por outro lado, vemos uma ação descabida e que mostra a face nua e crua do atual governo, enquanto os movimentos sociais buscam salvar vidas através do gesto de solidariedade, governo aplica uma política genocida.

Além das estruturas físicas no local como escolas, posto de saúde e as casas de alvenaria, os sonhos dos camponeses e camponesas são desfeitos sem o mínimo remorso.

O despejo nesse tempo de pandemia significa a morte. Somos contra toda forma de injustiça, toda a forma de opressão. Acabamos de lançar a campanha “Despejo Zero”, ela surge nesse cenário que está sendo imposto a classe trabalhadora, ao povo do campo, e continuaremos a resistir, ainda com mais garra, ainda com mais força.

Diante disso, colocamos a nossa solidariedade as famílias em despejo, justamente no momento que mais se precisa produzir e garantir alimentação para o campo e cidade.

O MST repudia veementemente a ação contra o Projeto Mangabeira, e se dispõe a ser solidário no que for necessário.

PATRIA LIVRE!