Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, realizou nesta terça-feira (28/07), a primeira aula do primeiro Curso Virtual de Comunicadores Populares do MST.
Na atual conjuntura que o Brasil e o Mundo estão passando, de pandemia e isolamento social, em que as pessoas têm que se manter distantes, em prova de cuidado e amor, para juntas e juntos vencer esse vírus, faz necessário se reinventar, usar e entender a internet e suas plataformas de redes sociais, se apropriando das tecnologias com estratégia e criatividade.
Entendendo todas as nuances da conjuntura a qual os camponeses passam e a necessidade básica de se posicionar frente a comunicação capitalista que a todo momento tenta tornar invisível os processos de luta da classe trabalhadora e, em especial, do MST, faz se necessário discutir a Comunicação Popular e preparar a população com a ideia de que todos sejam Comunicadores.
Partindo desse pressuposto, e tendo em vista a formação de novos sujeitos e sujeitas que possam contribuir com uma Comunicação Popular que dialogue a linguagem do Povo e que dê visibilidade a produção dessas pessoas, que o Coletivo de Comunicação do MST na Bahia, construiu um Curso de Comunicação Popular com mais de 80 Militantes das dez grandes regiões da Bahia.
Rariele Rodrigues da Coordenação Estadual do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia, afirma que nesse momento em que a nossa luta está dentro da casa de cada Assentado e Acampado pelo Brasil, a comunicação tem a tarefa de não só informar agora, mas de fazer com que a nossa pauta chegue a casa da população, por isso essa formação é tão importante, por trazer mais pessoas para pensar, planejar e produzir materiais para formar e informar nesse momento é fundamental para fortalecer a luta por Reforma Agrária Popular no Brasil.
“O mais importante neste processo é entender que mesmo virtualmente a mística do MST reacende a todo momento. Ver 80 pessoas dos dez cantos da Bahia, empenhados em aprender e distribuir conhecimento, é único, é um prazer poder dizer que sou parte desse Movimento e poder através do Coletivo dar vida, cor e construir juntos essa Comunicação Revolucionária que é a Comunicação Sem Terra”, conclui Rodrigues.
Para Wesley Lima, esse momento é fundamental que organizemos nossa base e nossos coletivos. “A comunicação está na centralidade da luta, é impossível pensar ou ousar lutar sem a ajuda e contribuição da comunicação, precisamos ter organicidade e para ter organicidade temos que ter formação, e é isso que estamos fazendo aqui”.
“A comunicação que almejamos parte muito dos ensinos de Paulo Freire sobre Vinculo e dialogo, é impossível pensar uma Comunicação Popular sem esses vieses de estudo. Pensar que nossa comunicação é popular por que visibilizamos a classe trabalhadora e, a nossa luta é a partir da vivência da ação concreta do nosso povo. É por isso que a iniciativa do curso é o início desse vinculo e dialogo”, Afirma Lima.
O jovem Pedro Torquette da Regional Nordeste, diz “ o meu primeiro contato mais abrangente com o Coletivo de Comunicação é em um curso desse. Gostei do curso pelos temas que são propostos. Será muito significativo para mim. Quero ajudar nessa construção e lutar contra todos os artifícios usados pela comunicação da direita. Apesar de ser a primeira aula, o curso se mostra de uma força e uma boniteza tamanha. Conclui Torquette.
O curso vai até setembro, e pretende trazer elementos centrais para uma primeira vista nesse mundo da Comunicação Popular, para todas e todos os jovens e adultos que se inscreveram e anseiam por fazer parte da disputa da luta das ideias e na (in)formação da classe trabalhadora.