Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Para Voz do Movimento
“Em meio a pandemia COVID-19, sentimos a necessidade de estarmos unidas, construindo e lutando por um projeto popular, que atenda as nossas necessidades e nos mantendo organizadas e garantindo a sustentabilidade das nossas famílias”. Diz Lucielma Rodrigues.
Cerca de 30 mulheres do acampamento Nazaré no município de Itabela no Extremo Sul da Bahia, realizaram o 3º Seminário de Empoderamento feminino e de autonomia.
O seminário teve como objetivo de garantir o debate em torno relações de gênero a organicidade coletiva das mulheres Sem Terra dentro da organicidade do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra-MST e para fora do movimento, acessando as diversas políticas públicas implementadas a nível estadual e nacional.
De acordo com Rosemare Lisboa, da direção estadual do MST, “é importante construir um espaço de organização das mulheres, devido ao processo histórico de negação do protagonismo na construção da sociedade”.
“Apesar estarmos passando um momento crítico com pandemia, precisamos está organizada e em especial as mulheres do campo, sempre foram visibilizadas na constituição e direção das lutas e instituições, com um papel secundário nestes espaços”. Afirma Lisboa.
Pensando nisto, fortalecer o processo produtivo e econômico das mulheres que estão assentadas ou acampadas é dado pelo MST como uma proposta de enfrentamento a violência e a construção da autonomia feminina nos diversos campos sociais.
Temáticas
Os temas abordados procuram dialogar com a história da mulher na sociedade, o enfrentamento a violência e o protagonismo feminino na luta de classe, tendo como base suas diversas conquistas.
Sendo norteado o estudo dentro da temática: O papel da mulher Sem Terra, antes, durante e pós pandemia.
Para Lisboa, “estes espaços buscam promover nas mulheres o espírito de solidariedade e união, pois estamos passado momento difícil com pandemia e isolamento social produtivo, o perfil de lideranças sociais no seu espaço, além de trazer informações e formação para constituição de ações de empoderamento e autonomia dentro dos assentamentos e acampamentos pós de pandemia. Queremos que esta ação possa transformar as realidades”, afirma.
Ao participar do seminário, acampada Rosalina da Silva, a conta que a vida para as mulheres nunca foi fácil, “e a história serve como norte para observarmos isso. Eu, por exemplo, sou casada, tenho filhos e sempre achei que a minha obrigação é cuidar da casa, dos filhos e do meu marido. Sinceramente, preciso cumprir o meu papel quanto mulher e trabalhadora Sem Terra”. Conclui
Já Eliene Maria de Almeida, também assentada, acredita que é possível realizar mudanças, mas para isso as mulheres precisam se unir e lutar contra qualquer tipo de violência e fazer do trabalho o alicerce de sua autonomia.