Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Para Voz do Movimento
Na manhã do dia (27/08), o assentamento Jaci Rocha foi surpreendido pela policia militar que chegou fortemente armada para escoltar um carro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que entrou e colocou uma família no lote que tem relação direta com o tráfico de drogas.
Após a ação do INCRA e a Policia Militar, que causou tensao sobre as famílias assentadas, e o medo pairou sobre todos e todas.
E na madrugada dessa sexta feira (28/08), casas no assentamento amanheceram queimadas, o terror se tornou palpável e estão acusando o povo Sem Terra de atear fogo nas casas, quando na verdade todas essas ações foram feitas pela família, que o INCRA e a Policia Militar colocaram no assentamento.
“Eles tacaram fogo na casa, e estão colocando a culpa na gente, eles tão tentando nos criminalizar” diz assentado.
Paulo de Emmanuel Macedo de Almeida Alves, superintendente do INCRA-BA, veio no assentamento Jaci Rocha, não dialogou com as famílias e nem com a coordenação e, escoltada pela Polícia Militar do Estado da Bahia que adentrou em área de competência da Polícia Federal sem apresentar comprovação que embasasse a extrapolação da competência exercida. Prevalecendo o abuso de poder da polícia militar.
Quadrilha organizada com apoio comprovado de instituições como o INCRA, estão atacando os assentados e fazendo um plano de extorsão e criminalização das famílias assentadas do Extremo Sul da Bahia.
Com o pretexto da emissão dos supostos “títulos da terra”, por trás há uma sofisticada e milionária operação para extorquir as famílias assentadas e criminalizar os movimentos sociais.
Prova desse plano foi uma ação inesperada e incompreensível do INCRA, que adentrou no assentamento Jaci Rocha junto com a polícia militar, no dia de ontem, levando um grupo de pessoas desconhecidas, sem vínculo com o assentamento, pera ficar no lote.
Infelizmente não é a primeira vez que esse quadrilha atua na área de Reforma Agrária, desde meados de 2019 o assentamento histórico na região de Prado tem sofrido ameaças, e tem sido aterrorizadas, tudo isso com aval do INCRA e da PM.
A diretoria da associação do assentamento ressalta que, “como o superintendente do INCRA, vem e não fala com a gente, não dialoga e ainda tenta desfazer uma decisão legitima, lavrada em ata. Após todas as chances que foram dadas, todos os debates que foram feitos, mesmo assim continuaram com a má conduta.”
O clima é tenso, mas as famílias permanecem em resistência e não irão aceitar qualquer determinação que não seja discutida coletivamente pelo assentamento.