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Jovem, negro e Sem Terra: conheça a história do estudante de direito pelo PRONERA

Filho caçula e neto de assentados da Reforma Agrária no extremo sul da Bahia, Nicolas Santos nasceu na periferia de Itamaraju e na sua adolescência foi morar no Assentamento Antônio Araújo.

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Nascido na periferia de Itamaraju, no extremo sul da Bahia, o jovem Nicolas Santos, filho caçula de Vanusa e Josmar, seus avós são do assentamento Corte Grande, seu Isaias e dona Jacira e Bemiro e Dalziza. Ainda na adolescência sua familia passou morar no Assentamento Antônio Araújo, “Foi nesse periodo que conheci de perto a luta, resistência, comprometimento político e social do MST, me encantei”, comenta Santos.

Nicolas do Nascimento Santos, 21 anos, tem três irmãos e é filho de um pai bastante rigoroso e de uma mãe dedicada e zelosa. Recém formado em direito pelo PRONERA (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária), aprendeu ler e escrever com sua tia avó Maria Augusta e logo entrou na escola. Sempre estudou em escola publica.

Em 2015, surgiu a oportunidade de fazer o vestibular de direito na UFG – Universidade Federal de Goiás, ficando em 4º lugar. “De lá para cá, alternei minha vida entre Goiás e o Assentamento Antônio Araújo, uma vez que o curso segue a alternância como instrumento pedagógico”, reforça Santos.

Atualmente Nicolas faz parte do Coletivo de Direitos Humanos do MST na Bahia, realizou seu estágio em São Paulo e Brasília, o que contribuiu na sua formação e qualificação profissional. “Nos temos as nossas referencias, mas também somos referências”, avalia Nicolas sobre o papel que irá desempenhar agora com advogado da Reforma Agrária.

O jovem é uma referência para juventude Sem Terra do país, ele manifesta: “É muito importante ser essa representatividade, sobretudo sendo um jovem negro, periférico e Sem Terra. Para juventude negra desse país as oportunidades são limitadas, por isso devemos ocupar todos os espaços, abraçar as oportunidades e mudar o que esta colocado para nós”.

Revela que atualmente um dos desafios de sua profissão é contribuir junto ao Coletivo de Direitos Humanos, na defesa dos trabalhadores e trabalhadoras da reforma agraria, principalmente neste momento de pandemia do Covid-19 e de criminalização dos movimentos sociais, especificamente o MST.

“Os desafios acontecem ao longo da caminhada, mas estamos preparados, somos frutos de um Movimento carregado de luta e resistência. Estamos prontos para defender a classe trabalhadora deste país, por mais justiça e igualdade”. Finaliza Nicolas