Por Coletivo de Comunicação do MST/BA
“O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada.
Caminhando e semeando, no fim terás o que colher”.
Cora Coralina
Educadora Marizete Oliveira dos Santos, nascida no dia 26 de junho de 1974, natural do município de Vereda – Bahia, irmã de 11 irmãos, graduada em Pedagogia, descarnou deste mundo celestial no dia 17 de março de 2016, vítima de infarto, quando havia chegado de uma atividade de luta das Mulheres Sem Terra.
Ingressou no movimento em 2011, quando foi convidada a trabalhar na escola Municipal Antônio Conselheiro do Assentamento Rosinha do Prado. Logo, já estava envolvida com as atividades do MST, tinha uma proximidade com a terra, e amava a vida no campo.
Era a irmã mais amada, a tia mais divertida, a cunhada mais parceira, a mãe leoa, a amiga fiel, a educadora preferida e a esposa companheira. Tinha dois filhos, Guilherme Santos Costa e David Santos Costa – que também já faleceu. Sua maior alegria era a família, o laço que foi construído na vida ao lado seu companheiro Gilmar Cardoso Costa, sempre presente adorava viajar principalmente nas atividades do movimento.
Uma pessoa simples, bem-humorada, carismática, batalhadora e afetuosa; gostava de cantarolar enquanto cuidava da lida, estava sempre cantarolando, sempre feliz, não havia tempo ruim para ela. Nunca faltava espaço para um vizinho se aconchegar, café fresco na garrafa e coalhada na geladeira. Sua natureza era de acolhida, abraçava sem braços, sorria com os olhos e transmitia amor com as palavras, sempre cuidadora, sempre gentil.
Relato de Roberta:
“Marizete é uma pessoa que vai ser amada para sempre pelas pessoas que a conhecia… Nunca demonstrou tristeza, sempre tinha um sorriso no rosto e uma brincadeira para fazer. Estar com ela nos encontros, na escola e na vida era os melhores momentos, as melhores risadas e resenhas. Falar dela me emociona muito. Marizete, presente”!
Na sala de aula, dedicava ao máximo para dar o melhor de si, sua maior alegria era ver seus educandos avançando, sempre dizia que, o que ela mais gostava de fazer era viajar, ficar em casa e ensinar, tinha Paulo Freire como exemplo. Se preocupava com seus educandos, mantinha contato direto com os pais e estava sempre à disposição para ajudar e contribuir no que fosse necessário.
“Quem a via tão sorridente, disposta, nem imaginava o quanto era guerreira e lutava pelo que sonhava e acreditava. Com certeza instruiu e inspirou muitas pessoas como educadora”, relata Roberta amiga de trabalho.
Desde que se mudou para o assentamento, se incluiu naturalmente no coletivo de educação, nos encontros e nas ocupações. Se encantou com os Sem Terrinhas. Seus olhos faziam acreditar, ainda mais, que uma educação diferenciada era possível, e fez valer muito o seu pouco tempo na Vida.