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Coletivo LGBT Sem Terra lança livro no 34º Encontro Estadual do MST na Bahia

Por Islane Salles
Do Voz do Movimento

Marcado pela emoção e por falas que reafirmam o debate da diversidade sexual na construção da Reforma Agrária Popular, o coletivo LGBT Sem Terra, organizado pelo MST na Bahia, realizou nesta sexta-feira (18/2) o lançamento do livro “LGBT Sem Terra: rompendo cercas e tecendo a liberdade” no 34º Encontro Estadual do MST na Bahia.

Este é um marco emblemático na história do MST, que ao longo da sua trajetória foi acumulando em torno da importância da pauta LGBTQIA+, e da necessidade de superação de todos os preconceitos e violências com a tarefa de elaborar e efetivar seu projeto revolucionário de sociedade.

O livro que é uma sistematização dos seis anos de existência do coletivo LGBT Sem Terra, consolida o acúmulo de experiências nos debates sobre diversidade sexual no interior do Movimento, além de ser regado com muita arte e poesia de capa a capa.

A plenária, absorvida pela mística, assistiu ao desfile dos integrantes do coletivo com as bandeiras coloridas e outros símbolos do Movimento, enquanto ouvia a leitura de partes dos depoimentos, histórias e textos presentes no livro.

Nas falas, os representantes destacaram que o projeto é resultado de elaboração coletiva, feito a partir de afirmações a respeito da relação indissociável entre diversidade sexual e auto-organização, princípio chave do MST em sua luta pela Reforma Agrária Popular, da luta contra o patriarcado e no processo de construção de novos homens e mulheres.

Wesley Lima é integrante do Coletivo LGBT do MST e dirigente nacional do Movimento. Foto: Jonas Santos

“Bem como a luta pela liberdade sexual, entendida em sua totalidade, para além da expressão do nosso desejo sexual, mas como expressão daquilo que somos e que está presente em todos os espaços políticos do nosso Movimento, seja na nossa mística, seja na produção de alimentos saudáveis, seja na organização da famílias dos nossos assentamentos e acampamentos”, afirmou Wesley Lima, da direção nacional do MST e integrante do coletivo.

Sendo o Brasil, o país que mais mata LGBT no mundo, o lançamento desse livro é simbólico, resultado da resistência desse sujeito coletivo ao abrir caminhos em sua trajetória no Movimento e na sociedade.

Por isso, a ocasião foi comemorada, mas como afirmou, emocionada, Altamira Simões, da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), que participou do primeiro espaço de discussão da pauta LGBT em evento estadual do MST-BA: “ainda temos muita luta pela frente”.

Ao final, representantes das dez regionais do MST na Bahia, que realizam o 34º Encontro do Estado, foram presenteados com um kit, contendo o livro que é mais um instrumento na tarefa de fortalecer o debate e a construção desse caminho de superação dos preconceitos.

Foto: Luara Dal Chiavon