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Educação Sem Terra em tempo de pandemia

Na Bahia, 11.869 mil educandos estudam nas áreas dos assentamentos e acampamentos do MST. Durante a pandemia, ocasionada pelo coronavírus, esses estudantes estão participando de aulas na modalidade remota, com entrega de atividades semanais e quinzenais.

De acordo com Síntia Paula Carvalho, coordenadora do Setor Estadual de Educação do MST, este é um momento desafiador para a educação do campo, pois o formato de aulas remotas/virtuais tem provocado aos educadores e educadoras um aumento na jornada de trabalho, muitas horas em frente ao computador e celular, muito cansaço, pressão psicológica, e aumento da evasão escolar.

Na Bahia, cerca de 143 escolas localizadas em áreas de assentamento e acampamento estão trabalhando ativamente. De acordo com Síntia, o retorno as aulas presenciais só devem acontecer quando todos e todas estiverem vacinados.

É importante mencionar que para o MST o projeto de educação do campo sempre foi pautado no ensino com realidade do sujeito através de sua vivência com relação com a natureza, com a comunidade, espaços de organização coletiva.

Coletivo de Educação no Extremo Sul da Bahia

A volta às aulas nas 54 escolas localizadas em assentamentos e acampamentos do MST, no Extremo Sul da Bahia, aconteceram na modalidade remota.

Educação Sem Terra em tempo de pandemiaPara Thaise Farias, do Coletivo de Educação do Extremo Sul, os professores tiveram que repensar métodos e formas que contemplasse minimamente o direito de aprendizado das crianças, jovens e adultos. Pois para o MST a educação é um direito e não pode ser vista como uma mercadoria dada de qualquer jeito.

De acordo Zenah Figueredo – do setor de educação da Regional Extremo Sul, os educadores do campo estão percebendo algumas dificuldades de aprendizado nos alunos, “por mais que nos esforcemos, a explicação e acompanhamento do educando, não acontece da mesma maneira como no presencial, está sendo muito desafiador e exaustivo” afirma a educadora.

Centenário Paulo Freire

Neste ano de 2021, comemora-se o centenário de Paulo Reglus Neves Freire, popularmente conhecido como Paulo Freire, o pai da educação popular e respeitando em todo mundo. Nascido no Recife (PE), Em 19 de Setembro de 1921, desenvolveu um trabalho considerado clássico na sua área, mas seu legado transborda as fronteiras da educação, entrando por vários outros campos do conhecimento.

Educação Sem Terra em tempo de pandemiaDiante disso, coletivo de educação do MST, vem desenvolvendo no mês de maio nas escolas do campo do MST o tema: “Sem Terrinha fazendo arte com Paulo Freire” o qual consiste em realizar um trabalho de leitura e interpretação do livro de Carlos Brandão “O menino que lia o mundo”. Serão várias atividades de leitura, interpretação, desenho, produção de textos em forma de poesias, cordel. E no dia 26 de maio haverá um ato nacional da jornada e como ação a proposta é que as crianças plantem uma muda de árvore (de preferência a mangueira – símbolo de Paulo Freire), e que registre o momento.

As escolas da Regional Extremo Sul vêm assumindo essa tarefa com a realização de plantio de arvore, inclusive mangueira que é simbologia de educação popular.