Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia*
Do Voz do Movimento
Nesta quinta-feira (5), o acampamento Belo Monte, localizado entre as cidades de Jeremoabo e Canudos na região Nordeste da Bahia, sofre com a invasão de viaturas da polícia militar com o objetivo de despejar as 220 famílias Sem Terra que residem na área. A liminar foi entregue no último dia 05 de novembro e desde então, diversas ações foram realizadas pelo MST em denúncia a decisão judicial.
Contra a tentativa de despejo houve a doação de alimentos no último sábado (30/11), no Centro da cidade, com o objetivo de dialogar com a sociedade e apresentar os frutos da luta pela terra na região. Na ocasião, mais de 15 mil quilos de alimentos foram entregues à população e o Asilo Vicentino, também localizado na cidade, recebeu mais de oito mil quilos.
A doação de alimentos mobilizou os moradores de Jeremoabo, que logo em seguida, realizaram uma grande manifestação de denúncia, que aconteceu, nesta última terça-feira (3/12), em frente ao Fórum Doutor Jonas de Carvalho Nunes.
A área tem apenas um ano e sete meses de existência e já produz mais de 20 mil quilos de alimentos por semana.
A produção de alimentos das famílias Sem Terra influencia diretamente a economia da cidade e segundo o MST na região esse processo tem gerado emprego para mais de mil famílias, “dando uma vida digna para a população”.
Governo da Bahia negligência despejos
O governador Rui Costa (PT) negligência e as quatro outras ameaças de despejos que estão vigentes em toda Bahia. Nestes últimos dois meses cerca de 700 famílias foram despejadas no estado, aumentando o número de desempregados e o acesso à terra enquanto direito.
“Estamos sendo vítimas da arbitrariedade e desumanidade das ações do governo”, denuncia Antônio Marcos de Jesus, da direção estadual do MST.
E continua: “Ruy Costa foi eleito com o discurso de sempre está a favor do povo, de contribuir com as causas sociais e fortalecer a cultura e o trabalho do povo do campo, mas nesses últimos dias temos visto um conjunto de medidas contra o povo do campo em especial ao povo Sem Terra, que estão acampados e assentados, que sonham em fazer reforma agrária e que vem colocando na mesa da população baiana alimentos de qualidade”, finalizou.
Frente aos “retrocessos” apresentados pelo Governo, como destaca a direção do MST na região, um desafio é apontado: resistir e lutar.
Pistolagem é crime! Lutar pela terra é um direito!
Há mais ou menos um mês, o acampamento Belo Monte foi invadido por pistoleiro fortemente armados. Durante o ocorrido, as famílias foram alvejadas por tiros de pistola, escopeta e foi entregue um falso documento de reintegração de posse.
Neste exato momento, as famílias seguem organizadas e mobilizadas contra a invasão da polícia.
*A qualquer momento novas informações.