Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Para Voz do Movimento
O encontro virtual foi cedido pela direção do movimento dos trabalhadores sem terra para as principais mídias do país.
O movimento dos trabalhadores rurais sem terra realizou na manhã de ontem, quinta-feira (17) uma coletiva de imprensa com diversos jornalistas e veículos de comunicação da região e do país.
A atividade iniciou por volta das 9h e teve como objetivo dialogar com a sociedade e informar sobre os últimos acontecimentos vivenciados nas áreas de reforma agrária da região extremo sul da Bahia, como a determinação da entrada da força nacional nas áreas de assentamentos.
A reunião aconteceu pela plataforma de videoconferência zoom e contou com a participação de representantes de diferentes veículos de informação, entre eles a TV santa cruz, Revista fórum, Jornal correio, Brasil de Fato, Jornalistas Livres, Rede Brasil atual, Tv band Bahia e Movimentos populares do PT.
Para Victor Passos da Direção estadual do MST, a coletiva cumpre um importante papel, pois os principais veículos de comunicação do Brasil estavam presentes e foi possível esclarecer os fatos com a veracidade do que aconteceu e vem acontecendo em nossas áreas.
É um momento crítico e as nossas famílias acampadas e assentadas estão assustadas com o atual cenário que estão vivenciando, então deixar claro que só queremos continuar produzindo alimentos saudáveis e exercer a nossa solidariedade que cumpre um importante papel nessa pandemia, é fundamental para o conjunto da nossa organização, Conclui Victor.
Durante a coletiva também foi possível declarar que o MST mesmo diante a investida de tentar desorganizar o movimento que vem ocorrendo, a produção de alimentos agroecológicos e a luta pela reforma agrária segue como tarefa essencial para o Movimento Sem Terra.
Para João Paulo da direção nacional do MST ‘’ Nós continuaremos fazendo luta, nos organizando, cuidando das nossas famílias e produzindo alimentos’’
‘’Tínhamos uma expectativa de estar com mais de 10 milhões de hectares de terra preparadas para o plantio de roças, pois acreditamos que será o pior final de ano se tratando de alimentos, caso não haja uma política de crédito e de assistência técnica para que a agricultura familiar possa intensificar sua produção’’, afirma.
Para que essa intensificação aconteça é preciso que o INCRA restabeleça diálogo com o MST e avance na política de reforma agrária e assistência às famílias assentadas. Sobre o descaso do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Lucineia Durães da direção nacional comenta: ‘’ Até em assentamentos que não são do MST, quanto tempo faz que um funcionário do INCRA não vai.’’
‘’A realidade é que o INCRA não frequenta as áreas, não avança na regularização fundiária. O órgão a tempos deixa de cumprir o seu papel que é de assistir as famílias de áreas de reforma agrária.’’ Conclui Durães.