Na manhã do dia 27/09, mais 1800 trabalhadores e trabalhadoras do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do norte da Bahia, saíram em marcha nas ruas de Juazeiro em direção a Câmara dos Vereadores para uma Audiência Pública, durante esse percurso mulheres, homens, jovens e crianças denunciam a maneira absurda com que o Estado brasileiro vem tratando os trabalhadores.
“Hoje foi um momento de grande importância pra nós Trabalhadores do MST mostramos para a sociedade a nossa organização, nossa produção, e o quanto temos de parcerias que lutam pela terra e pelo social.
Continuamos produzindo, resistindo e fortalecendo a agricultura familiar que abastece a mesa da sociedade com produtos de qualidade, através da nossa resistência fortalecemos as famílias e o MST na regional ,na Bahia e no Brasil.” Diz Nadja Gomes da direção Estadual.
Não aos despejos dos acampamentos Abril Vermelho, Iranir de Souza , Irmã Dorathy e Palmares são as palavras de ordem dos companheiros e companheiras que seguiam em marcha.
Durante o percurso distribuímos alimentos para as famílias da cidade de Juazeiro oriundos das áreas que estão com as liminares de despejo, a ideia é mostrar a sociedade que cada família que mora nas áreas estão cumprindo o papel social da terra , que é produzir alimentos; cultivar , criar, cuidar gerar trabalho e renda.
Cerca 650 famílias do Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocupa desde 2012 áreas que antes era improdutiva.
As famílias sem terra produz alimentos para região e gera mais de 2.000 empregos diretos e indiretos como uma diversidade de cultivos , entre elas: acerola, melancia, manga, goiaba, caju, pinha, melão, feijão, milho, banana, mamão, cebola, coco, uva , hortaliças e criação de caprinos e ovinos que ocupam espaço na terra antes improdutiva, construindo assim a soberania alimentar pelas mãos e suor das 650 famílias que vivem nestas áreas.
Estiveram presentes diversos setores da sociedade e parceiros que se solidarizam com a situação de despejo das famílias e apoiam a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras sem terras.
Contamos com a presença da direção nacional do MST, representantes da igreja católica, da Comissão Pastoral da Terra- CPT, Vereadores dos municípios da região, secretários municipais, Vereadores e presidente da Câmara Municipal de Juazeiro, deputados estaduais, além do Deputado Federal Valmir Assunção que reafirmou mais uma vez a necessidade da resistência para a classe trabalhadora nesta atual conjuntura social.
Contamos ainda com a presença do Prefeito municipal de Juazeiro, Paulo Bonfim que se dispôs a contribuir para uma solução viável para as famílias que ocupam estas áreas.
Trabalhadores e trabalhadoras lutam pela democratização do acesso à terra, pela realização de uma reforma agrária justa, pela construção de uma sociedade igualitária para todos e todas, e denunciam toda e qualquer forma de injustiça, perseguição e opressão às famílias acampadas nas áreas dos perímetros irrigados, bem como defendemos sua permanência e consolidação nestas áreas do norte da Bahia.