Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Para Voz do Movimento
Uma noite marcada de alegria, emoção, mística, aprendizado e grito de resistência, construídas ao longo dos anos no MST.
Essa simbologia que esteve presente na formatura de 100 militantes, realizada na noite deste sábado (08), que participaram do “Curso de Formação Estadual de Militantes do MST da Bahia”, no assentamento Rosa do Prado, município de Prado no extremo sul da Bahia.
O curso que teve como objetivo de formar militantes novos no MST, como uma forma de introduzi-los aos conceitos fundamentais do movimento e de instigar um sentido de pertencimento à luta social, não só pela terra, mas por um projeto popular de Brasil.
O curso que iniciou no dia 05 de janeiro, contou com diversos eixos temáticos, como a questão agrária brasileira, filosofia, economia política, questão de gênero e agroecologia.
Para o MST na Bahia, a turma leva na bagagem sementes do conhecimento para serem multiplicados nos quatro cantos da Bahia.
Entendendo que não há como fazer luta sem formação e não há processo de formação sem luta.
Esse é um dos princípios básicos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Por esse, motivo que esse curso aconteceu neste assentamento histórico da Bahia, que em 20 anos de acampamentos resistiram 19 despejos e, que hoje vem resistindo esse processo criminalização aos movimentos sociais.
Daniel Oliveira (21), do acampamento Edith Xavier, no município de Alcobaça, ressalta sua felicidade em participar de um curso de formação e do acumulo de conhecimento adquirido no decorre destes, 26 dias, levando na bagagem para fortalecer na luta.
Foram longos dias bebendo na fonte do conhecimento forjado e formulado pela classe trabalhadora em todo mundo para assim, realizarmos intervenções nesta atual conjuntura política. Explicou Oliveira.
Identidade da turma
Resgatando a essência da luta política do MST e trazendo para centralidade a resistência do povo negro, a turma homenageou o Nelson Mandela, batizando-a com este nome, construindo unidade a partir da história de luta e resistência.
A mística construída no decorrer do curso foi a base para reafirmar a identidade da turma em torno da simbologia política e de resistência.
Segundo Luana Santos, Coordenação Pedagógica Política, cada militante envolvido no processo de formação demonstrou a sua capacidade de continuar com a luta em defensa da Reforma Agraria Popular, sem perder de vista o método organizativo que vem impulsionando as lutas em nossos país.
Neste sentido, o ato, mais uma vez reafirmou a necessidade da organização e da unidade de classe para garantir avanços significativos na construção de uma estratégica revolucionária a partir de uma ampla transformação social.
A atividade da noite culminou com apresentação da peça de teatro “Bendita Dica” da CIA de Teatro de Burlesca de Brasília, tendo ponto de partida a integração e harmonia entre a diversidade de gênero, religiosa e demais vertentes culturais, e retratando a partir da arte a luta pela terra.
Durante os 30 dias do curso de formação, foram transmitidos conhecimentos, ideologias e os valores humanistas que são tão necessários na luta de classes.
O MST segue em luta e resistência na transformação da sociedade e na luta por um mundo novo, longe das injustiças.