por coletivo de comunicação do MST na Bahia
para Voz do Movimento
É com repúdio e indignação que o MST da Bahia escreve essas linhas para apoiar o centro de formação Paulo Freire, no Assentamento Normandia em Caruaru em Pernambuco.
O centro de formação está sendo vitima da arbitrariedade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária- INCRA , que emitiu uma ordem de despejo, assinada pelo juiz da 24° vara federal da região.
Normandia, como é conhecido o centro de formação, tem sido um lugar para formação para militantes e da esquerda como um todo e que se tornou referência no meio acadêmico,várias teses que trazem em si o conceito de educação popular desenvolvida no centro, para os movimentos sociais e para as trabalhadoras e trabalhadores do campo e da cidade.
São mais de 20 anos trabalhando a formação técnica e cientifica, tem em seu currículo o estudo da agroecologia que extrapola o conhecimento teórico e parte para a prática na produção de alimentos saudáveis e sem veneno, contribuindo para o bem estar do meio ambiente, gerando vida e dignidade.
Entendemos que essa ordem de despejo, é consequência direta do governo Bolsonaro, a política reacionária que ele vem propagando, e a caça declarada aos movimentos sociais são evidências cada vez mais contundentes do retrocesso que estamos vivendo e que ainda está por vir.
A ação do INCRA contra o centro de formação, é uma tentativa clara de deslegitimar a luta no campo, de inviabilizar a produção de alimentos saudáveis e de minar as lutas por terra e direitos e acabar com todas as ações referentes a educação, que é uma educação libertadora e que ultrapassa os muros do centro e que é referência no Brasil inteiro.
Nesse sentido, o MST da Bahia se coloca a disposição, e vem prestar sua solidariedade aos companheiros e companheiras. A violência por parte do INCRA afeta cada Sem Terra do país. Estamos juntos na resistência, e contem conosco para mais essa batalha.