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MST realiza o 23º Encontro Estadual de Educadoras e Educadores do Campo na Bahia

Por Daniel Violal, do coletivo de comunicação do MST-BA

Fotos: Daniel Violal e Ana Terra, do coletivo de comunicação do MST-BA

Cerca de 400 professores que atuam nas áreas de assentamentos e acampamentos do MST no estado da Bahia, realizaram entre os dias 7 a 9 de setembro, o 23º Encontro Estadual de Educadoras e Educadores do Campo na Bahia.

A atividade aconteceu na Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto, em Prado, região do extremo sul da Bahia. E o tema do encontro deste ano, foi “Educação do Campo rumo aos 40 anos do MST: diálogos, resistências e perspectivas”.

Durante os três dias de atividades, foram debatidos questões sobre a realidade da educação nas comunidades rurais, além de estudo de temas, como a conjuntura da educação do campo, a diversidade e sujeitos LGBTQI + nas Escolas do Campo do MST, a Educação Étnico-racial, a EJA na Educação do Campo, a Agroecologia nas escolas do campo e o Plano Nacional de Plantar árvores e Produção de alimentos Saudáveis do MST, dentre outros temas importantes para a educação do campo nas áreas de assentamentos. 

Fotos: Daniel Violal e Ana Terra, do coletivo de comunicação do MST-BA

Para Sintia Paula, que coordena o setor estadual de educação do MST na Bahia, o encontro é um espaço de formação e diálogo de todos aqueles que estão envolvidos com a educação do campo no estado baiano, o “23° Encontro Estadual de Educadores do MST da Bahia, é um importante espaço de luta, resistência e construção da educação do campo. Trazendo o debate da agroecologia, currículo e classes multisseriadas como fortalecimento e permanente luta contra o fechamento das escolas do campo”, afirmou Sintia Paula.

Teve destaque o papel central do MST na luta pela reforma agrária e pela democratização do acesso à terra. Os educadores e educadoras ressaltaram a necessidade de valorizar e fomentar a educação popular, que busca promover a participação ativa das comunidades na construção do conhecimento, levando em consideração as particularidades e necessidades do campo.

Dentre os desafios enfrentados, a criminalização dos movimentos sociais se tornou um ponto de pauta central. Os participantes debateram as estratégias utilizadas para deslegitimar e silenciar as ações do MST, assim como outras organizações sociais que lutam por direitos e justiça. No entanto, apesar das adversidades, o debate também mostrou a importância de se manter firme na resistência e na busca por formas de fortalecimento da articulação dos movimentos sociais. A solidariedade entre as diversas organizações e o compartilhamento de experiências foram destacados como estratégias fundamentais para enfrentar os desafios e avançar nas conquistas.

Além dos educadores e educadoras, estiveram presentes Eliane Oliveira e Evanildo Costa da direção nacional do MST na Bahia, Válter Leite, da direção nacional do Setor de Educação, Sintia Paula, da coordenação estadual do setor Estadual de educação do MST-BA, Luzeni Carvalho, professora da UNEB do Campus X de Teixeira de Freitas/BA, Alex Verdério, professor da UFRB, Meirely Oliveira, da coordenação estadual do Plano Nacional Plantar Árvores Produzir Alimentos Saudáveis, Luiz Paulo, do coletivo estadual LGBTQI+ do MST, Rosa Negra, da direção nacional do MST, Felipe Campelo, coordenação pedagógica da EPAAEB, representantes de outros movimentos e lideranças locais.

Fotos: Daniel Violal e Ana Terra, do coletivo de comunicação do MST-BA

Para Antônio Paraguai, da Direção Estadual do MST – BA “Foi uma satisfação imensa, receber o encontro estadual dos educadores e educadoras aqui em nossa regional. Pelo momento que estamos vivendo de mais um ataque da extrema direita à nossa organização através de uma CPI contra MST. O extremo sul da Bahia sempre foi alvo, por conta das lutas que travamos contra as grandes empresas do monocultivo de eucalipto. E o encontro teve uma simbologia enorme de mostrar para a sociedade que também lutamos por educação de qualidade para os nossos jovens, adultos e crianças.” Conclui Antônio Paraguai.

O encontro que teve seu encerramento no sábado (09), teve durante esses dias muitos momentos de debate, que proporcionou um espaço de reflexão e troca de experiências sobre os desafios e as perspectivas da educação do campo no contexto político atual. As discussões sobre a conjuntura política e sobre as tentativas de criminalização dos movimentos sociais reforçou a importância da luta por uma educação inclusiva, de qualidade e comprometida com a transformação social.