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Mulheres Sem Terra da Bahia, se organizam para participarem do 1º Encontro Nacional das Mulheres do MST

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Para Voz do Movimento

 

Formação, solidariedade e resistência marca a preparação das mulheres baianas para o 1° Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra.

“Companheira me ajuda, que eu não posso andar só, eu sozinha ando bem,
mas com você ando melhor”. Com este entusiasmo que as mulheres Sem
Terra da Bahia, vêm se organizando, numa belíssima mística de norte a sul,
leste e oeste, para o 1º Encontro Nacional de Mulheres Sem Terra, com tema:
Mulheres em luta, semeando resistência, que acontecerá em Março de 2020, e
pretende reunir milhares de camponesas de todo o país.

A mística entorno do encontro nacional, tornou um importante espaço para
compartilhar histórias a partir dos temas discutidos, fortalecer os laços e pautar
questões que permeiam o cotidiano das mulheres camponesas Sem Terra,
muitas vezes não há espaço para compartilhar e discutir as proposições de
como lidar com a situação que as aflige.

A mulherada Sem Terra, organizada nos acampamentos e assentamentos da
Bahia vão ainda multiplicar os debates, ações coletivas, formação e
organização em todas as áreas onde o MST está organizado nas regiões na
perspectiva de envolver o maior número de mulheres na preparação do
Encontro de Mulheres, potencializando ainda mais a participação das
companheiras nas tarefas e desafios gerais do conjunto do Movimento.

Segundo Flavia Vieira, coordenadora setor de gênero do MST na Bahia
“Pensar a história de luta, conquista e resistência dos 35 anos do MST no
Brasil e 32 anos do MST na Bahia é também pensar o papel, protagonismo e
participação das mulheres nessa trajetória”.

Ressaltar nossos grandes marcos na trajetória, enquanto mulher Sem Terra na
construção da Reforma Agraria Popular, como o 1º Acampamento de Mulheres
(hoje assentamento) Irmã Dorothy no município de Eunápolis, ampliação do
quadro de mulheres Sem Terra na política, a construção da agroecologia, que
nos leva a realização do 1º Encontro Nacional de Mulheres Sem Terra, que
será mais um marco histórico do nosso movimento.

Todo o processo de preparação ao Encontro Nacional, nasce de uma série de
debates na base para compreender o papel e as tarefas das mulheres no atual
cenário político.

“A tarefa de seguirmos enfrentando toda e qualquer tipo de opressão sofrida
pelas companheiras, o combate ao patriarcado, a defesa das bandeiras de
lutas dos direitos das mulheres no campo e na cidade, esses temas serão
centrais para nós, compreendendo que na atual conjuntura, frente aos ataques
sofridos pela classe trabalhadora e a ofensiva na retirada dos direitos sociais,
as mulheres são as que mais sofrem diretamente”, afirmou Vieira.

A Bahia é dividida pelo MST, em 10 grandes regiões, sendo elas: Extremo Sul,
Sul, Baixo Sul, Sudoeste, São Francisco, Oeste, Chapada Diamantina,
Recôncavo, Norte e Nordeste, e as mulheres estão se preparando com
plenárias, seminários e encontros que visam preparação e empoderamento da
mulher sem terra.

Os debates giram entorno das problemáticas que estão dentro da pauta
reivindicatória das companheiras, feminismo camponês e popular,
protagonismo das mulheres entre outras bandeiras de luta.

Para Elaine Fritz, Dirigente do MST, Militante e Mãe, ser mulher Sem Terra é
ter desafios como todas as mulheres tem, só que com um diferencial de que as
mulheres Sem Terra compartilham além de sorrisos e vitórias, elas
compartilham as suas dores, suas labutas, suas alegrias e seus sonhos.

“Na história esse é um dos piores momentos para uma mulher poder viver, mas
ainda assim vivemos, resistimos e ocupamos espaços que tentam nos negar,
cada dia é um desafio, mas permaneceremos firmes e fortes até que todas nós
sejamos livres do patriarcado e de todas as formas de opressão” Conclui Fritzs.


Ainda como parte da mobilização e preparação das Mulheres Sem Terra Bahia,
as camponesas vão realizar diversas outras atividades com as Mulheres Sem
Terra no estado.