Por coletivo de comunicação do MST na Bahia
Nessa madrugada do dia Primeiro de Maio de 2021, mais de 100 famílias Sem Terra ocuparam a área abandonada e improdutiva do Centro de Treinamento da extinta Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A – EBDA, no município de Conceição de Almeida -BA.
Adotando todos os cuidados e orientações científicas contra a COVID 19, às famílias ocuparam a área, ao tempo que denúncia o descaso e desrespeito do Governo do Estado da Bahia ao abrir processo de leilão e privatização das áreas ocupadas pelas famílias Sem Terra desde 2013, e que até o momento aguardam a ação de desapropriação para assentar os trabalhadores e trabalhadoras.
A ocupação ocorre três dias após o Governo do Estado encaminhar à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), um projeto de lei para a venda de imóveis públicos na capital e interior. O projeto encaminhado no dia 28, solicita autorização para que o poder executivo baiano possa alienar, por meio de leilão, os bens e imóveis de propriedade do Estado que constam no projeto. O problema é que alguns desses imóveis estão ocupados há mais de sete anos por Famílias Sem Terras, que construíram escolas, casas e produzem alimentos agroecológicos para o sustento da família e comercialização.
Algumas dessas áreas, pertenciam a extinta EBDA, e antes de ocupadas pelas famílias Sem Terras eram improdutivas e abandonadas, hoje vivem famílias em casas e escolas construídas pelo próprio povo, há roças agroecológicas e um dinâmico processo de produção e comercialização que abastecem os municípios vizinhos.
As famílias Sem Terra reafirmam o compromisso pela Reforma Agrária, e cobram ao Governo do Estado que cumpra com os acordos em ajudar a desenvolver políticas públicas para o campo, possibilitando o fortalecimento e desenvolvimento da Agricultura Familiar.
Privatizar as terras públicas do estado vai na contramão dos compromissos defendidos pela agricultura familiar.