Por Coletivo de Comuncação do MST na Bahia
Para Voz do Movimento
Em tempo de pandemia do COVID-19, as pessoas tiveram que se reinventar diante do cenário que foram apresentado, a comPunicação pessoal perdeu espaço para comunicação virtual, mas compreendendo que estamos em isolamento social produzindo, mas não calados diante das atrocidades que vem acontecendo, lutamos diariamente na construção de país que defende seu povo e sonha com dias melhores.
“O nosso curso formação teve um papel importante, mesmo em casa mantemos o contato com a nossa base nos preparando para novos desafios que virão pela frente”. Ressalta Luana Soares setor de formação do Extremo Sul.
No mês passado o Movimento dos Trabalhadores rurais (MST) lançou nacionalmente o Plano Emergencial de Reforma Agraria Popular. Tem o seu principal objetivo de superar a crise social e econômica agravada pela pandemia do COVID-19.
Diante disso, a regional Extremo Sul da Bahia, organizou em cinco encontros o curso de Formação do Plano Emergencial da Reforma Agraria, iniciando no dia 13/07 e encerrando nesta segunda 10/08, o curso aconteceu uma vez por semana através da plataforma ZOOM e Youturbe, tendo em vista que a nossas bandeiras de luta é superar o quadro de insegurança alimentar, o modelo do agronegócio e a concentração desigual de terra. E, com isso favorecer a criação de empregos a partir de um novo modelo de produção que garante ao consumido um alimento saudável e sem veneno
Compreendendo a importância deste projeto como uma alternativa para superar a crise que estamos vivendo, foi pautado pela militância do MST a formação que, pautando a importância da reforma e seus vínculos com o mundo da cidade.
De acordo com Soares, tivemos tempos que os problemas do campo era exclusivo para quem morava no campo, como a reforma agraria. Hoje a sociedade brasileira já conseguem compreender que ambos estão no mesmo barco da navegação mais em oposições diferentes.
Há 36 anos que MST, vem lutando pela reforma, durante a sua história vem reinventando combinação da demanda de acordo a situação. Agora não está sendo diferentes com COVID-19. Para o enfrentamento foram construído em quatros pilares, o plano, no qual os participantes puderam compreender a importância de lidar com as necessidades humanas, garantir, sobretudo, dignidade a vida.
Há 36 anos na luta pela reforma agrária no país, o MST propõe dessa vez a combinação da demanda histórica com medidas emergenciais para lidar com os custos humanos causados pela Covid-19. Construído em quatro pilares, o plano se apresenta como um modo para lidar com as necessidades humanas e garantir, sobretudo, dignidade à vida.
Terra e trabalho
A proposta de terra e trabalho é um dos eixos centrais do plano emergencial. que é fundamental assentar as famílias da reforma agrária. Principalmente porque o país conta com uma quantidade enorme de terras disponíveis.
Neste temas o quesito ainda agrupa a demanda pelo assentamento de famílias próximas a centros urbanos. Além de exigir a imediata suspensão dos despejos e reintegração nesse momento em que as pessoas precisam ter um teto para cumprir o isolamento social. O MST também aponta a necessidade de que sejam assegurados aos povos indígenas e quilombolas a demarcação e o reconhecimento de seus territórios.
Produção saudável
No segundo da formação, a cobrança é pela garantia da produção de alimentos saudáveis. Desde o início da pandemia, o MST encontra na política de solidariedade uma forma de lutar contra os impactos sociais da covid-19. Na Bahia já foi doando quase 800 toneladas de alimentos, continuamos incentivando as famílias produzir produção e farta
“Nós defendemos a retomada do Programa de Aquisição de Alimento (PAA) que foi sucateado durante o governo Temer e pelo governo Bolsonaro”, contesta Kelli. “A segunda medida é que o Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar), seja assegurado também agora durante a pandemia.”
A proposta de produção de alimentos também chama atenção para que, em meio à pandemia, sejam liberados recursos para um plano nacional de agroecologia. E cobra uma linha de crédito especial desburocratizada.
Proteger a natureza
O movimento também cita a importância de zelar pelos bens naturais do país e incentivar o plantio de árvores e a proliferação da agroflorestas. Neste terceiro quesito, o MST destaca que a produção de alimentos só pode ocorrer dentro de um equilíbrio entre preservação ambiental, enfrentando as mudanças climáticas. Além de, principalmente, se opor à política de desmonte e de estímulo ao uso de agrotóxicos do governo de Jair Bolsonaro e seu ministro Ricardo Salles.
Dignidade no campo
“Temos que garantir para as populações no campo de assentamentos e acampamentos, moradia digna para que também a juventude permaneça no campo. E não permitir que nenhuma criança esteja desassistida neste processo de pandemia em relação às escolas do campo” propõe a coordenadora nacional. No último eixo do plano, o MST faz referência à continuidade do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
O curso também levantou a preocupação com o aumento da violência contra mulheres, crianças e adolescentes, idosos e pessoas LGBTs. E cobra políticas públicas voltadas à realidade rural e que dêem conta da necessidade de canais e mecanismos de denúncias eficientes.
O plano se encerra defendendo o fortalecimento e ampliação do Sistema Único de Saúde (SUS) para os trabalhadores rurais, especialmente nas equipes de saúde da família.
“Esse plano é uma proposição do MST, mas ele não é só nosso e não pode ser uma tarefa apenas do MST. Fazer o debate e compreender a natureza do plano e da reforma agrária popular, e os caminhos e os passos necessários para que a gente possa sair construindo e conquistá-lo, é uma tarefa de toda a sociedade”, adverte Lucineia Guimaraes no lançamento virtual.