Na noite de ontem (12), mais de 20 pistoleiros invadiram o acampamento Antônio Maeiro, na Chapada Diamantina. Os pistoleiros foram enviados da Fazenda do Rio e já chegaram atirando e disseminando terror por toda parte. Atearam fogo nas plantações, nos barracos, forçaram as famílias a saírem e seus pertences foram jogados no meio da rua.
O acampamento é referência na produção de alimentos sem veneno e as plantações foram todas dizimadas, quiabo, milho, macaxeira foram alguns dos produtos que as famílias perderam, é difícil dimensionar o prejuízo causado às famílias Sem Terra.
As famílias foram agredidas brutalmente, homens, mulheres e crianças, todos eles carregam no corpo as marcas da selvageria dos pistoleiros.
“Socorro, estão nos atacando, nos agredindo”, são os gritos que se ouviam das pessoas.
“Eu fui agredido, minha esposa foi agredida, e a brutalidade foi tão grande que pessoas fugiram com medo de morrer, inclusive tenho dois filhos que estão por aí, que saíram correndo de medo e eu não sei onde eles estão”, afirma um dos acampados.
Toda essa investida contra o acampamento Antônio Maeiro evidencia as ações do coronelismo na região, que se acha no direito de usurpar o direito das famílias e tenta, numa tentativa desesperada, amedrontar o povo do campo.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) repudia a ação dos pistoleiros e pede às autoridades competentes que hajam em prol das famílias, lhes assegurando o direito de permanecerem na terra. A organização afirma que todos os procedimentos já foram tomados com a polícia e com o ministério público.