Cerca de mil mulheres de toda Bahia se reúnem no 13º Acampamento Estadual de Mulheres do Campo e da Cidade, durante os dias 06 a 08 de março, em Salvador/BA.
Nesta quarta-feira (06), acontece a abertura do 13° Acampamento Estadual de Mulheres do Campo e da Cidade, no Parque de Exposições, em Salvador/BA, a atividade acontece até a próxima sexta-feira (08) com debates e oficinas. São mais de mil mulheres de coletivos e movimentos sociais e populares de todo estado baiano.
O Acampamento de Mulheres é construído por mais de 20 movimentos e coletivos, e traz a força, a resistência, sensibilidade e rebeldia das mulheres do campo, cidade, quilombos, das matas, indígenas em contextos urbanos e aldeadas, caboclas, pretas e LGBTQIAP+.
Lá pelos idos dos anos 2000, as mulheres organizadas no Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra, a Articulação Nacional de Mulheres e os Movimentos de mulheres do campo e da cidade tomaram uma importante decisão: realizar um primeiro grande acampamento de mulheres em Brasília. Esse Acampamento Nacional de Mulheres teve como pauta a “igualdade de direitos”.
Os movimentos de mulheres baianas impulsionados pela luta nacional se somaram à organização do primeiro acampamento, em Brasília, e tomaram a iniciativa de realizar o primeiro acampamento de mulheres do campo e da cidade na Bahia, em Salvador.
As que vieram antes de nós somaram esforços com as universidades públicas, UNEB e UFBA, partidos políticos da esquerda, com o movimento estudantil e grupos das comunidades das periferias de Salvador.
Não podemos deixar de reconhecer toda dedicação do NEIM/UFBA, MST, Movimento CETA e muitas outras organizações que se somaram a essa grande construção. Fomos acolhidas, em nossa primeira edição, na UNEB, no Museu de Ciência e Tecnologia.
A partir dali, o Acampamento de Mulheres do Campo e da Cidade virou um marco do Março de luta das Mulheres, onde foi sempre possível construir a luta em unidade, com grande mobilização e presença das mais diversas lutas que constroem as identidades do que é ser mulher nessa sociedade patriarcal.
Pautamos a Reforma Agrária Popular, a luta por justiça aos nossos companheiros, filhos e filhas brutalmente assassinadas no campo e na cidade, a luta por moradia digna, trabalho e renda, por nossos territórios, pela defesa e acesso aos bens comuns da natureza e bem viver e o fim da violência aos nossos corpos.
Sendo assim, sempre tivemos como características a construção conjunta, um grande trabalho interno das organizações para garantir a presença e participação dos muitos setores de nossa sociedade visando à formação política e ideológica e, sobretudo, a disposição coletiva para estimular as mulheres a ocupar os espaços da política e os diversos setores da sociedade.
Desta forma, decidimos então, dar continuidade à luta fazendo o enfrentamento diretamente ao latifúndio e nos territórios regionais. Tudo isso só foi possível porque as mulheres organizadas assumiram o desafio de construir espaços de estudos e debates de forma coletiva, sendo as mulheres as protagonistas de todo processo.
Sendo que hoje Mulheres de Fibra do Calabar, Movimento Negro Unificado (MNU), Rede de Mulheres Negras da Bahia, Manifesta Coletiva, Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Associação Papo de Mulher, Movimento dos Trabalhadores Rurais Se Terra (MST), Levante Popular da Juventude, Coletivo Quilombo, Forúm LBTG+, Juristas Populares por Direitos Humanos, Associação de Mulheres do Calabar, Associação de Mulheres do Calabar, Juristas Populares por Direitos Humanos, Associação de Mulheres do Calabar, Coletivo Abayomi-Salvador, RENFA, Iniciativa Negra, Movimento Brasil Popular, Juristas Negras, Coletiva Creuza de Oliveira, Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, MST, União Baiana de Estudantes, Juristas Negras, dentre outros.